Merkel condena "guerra bárbara" na Ucrânia "atacada pela Rússia"
A antiga responsável alemã apoiou os trabalhos desenvolvidos pelo governo da Alemanha, pela União Europeia, pelos Estados Unidos e pela NATO, com o objetivo de encontrar “um fim a esta guerra bárbara”.
© Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
A ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, quebrou, na quarta-feira, o silêncio em relação à invasão russa da Ucrânia. Num evento em Berlim, Merkel descreveu a ofensiva militar como uma “guerra bárbara”.
A estação britânica BBC revela que a antiga responsável alemã apoiou os trabalhos desenvolvidos pelo governo da Alemanha, pela União Europeia (UE), pelos Estados Unidos da América (EUA) e pela aliança transatlântica NATO, com o objetivo de encontrar “um fim a esta guerra bárbara”.
"Não posso deixar de fazer uma referência neste discurso à clara violação do Direito Internacional cometida pela Rússia", começou por afirmar Merkel num evento organizado pela Confederação Alemã de Sindicatos (DGB), realizado para assinalar a saída do presidente cessante Reiner Hoffmann.
"A guerra na Jugoslávia já nos tinha mostrado na década de 1990 o quão frágil a ordem mundial é", acrescentou no encontro.
Na qualidade de antiga chanceler da Alemanha, Merkel salientou que não pretende fazer qualquer avaliação do trabalho do atual governo, mas expressou o seu apoio à posição assumida pelo atual chanceler, o social-democrata Olaf Scholz, relativamente à invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
"Apoio os esforços do Governo alemão, da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos da América (EUA) em enfrentarem [Presidente russo, Vladimir] Putin nesta guerra bárbara", disse.
Merkel expressou solidariedade para com a Ucrânia e os deslocados e refugiados, comentando que a disponibilidade internacional para ajudar prontamente o país invadido é como "uma luz no meio da tristeza".
Relativamente às repercussões da guerra, Merkel garantiu que estas serão graves e poderão levar a crises de fome em África.
A ex-chanceler alemã, que falava perante uma audiência cheia de ministros e chefes de governo regionais, reforçou que era necessário criar uma união ainda mais sólida dentro da UE.
"É precisamente nestes momentos que a unidade da UE é uma questão de sobrevivência", afirmou Merkel.
"A ideia maravilhosa de uma Europa unida enquanto uma comunidade de valores é verdadeira, mas também tem sido posta em causa por várias vezes", avisou.
Dirigindo-se ao presidente cessante da DGB, Angela Merkel elogiou o empenho de Reiner Hoffmann em encontrar soluções em tempos difíceis como a crise financeira ou sanitária.
Na opinião de Merkel, a vontade de compromisso e a cooperação política entre os empregadores e sindicatos foi uma das chaves para reduzir o desemprego e ultrapassar a crise no país.
Esta é a primeira vez que Merkel fala publicamente sobre a invasão russa da Ucrânia. Um dia após o início da guerra, publicou um comunicado onde revelou estar a acompanhar “o desenvolvimento da situação” com “a maior preocupação”.
A ex-chanceler, que esteve no poder entre 2005 e 2021, tem sido criticada pela sua relação estreita com o presidente russo, Vladimir Putin, e pela sua intervenção no desenvolvimento do gasoduto Nord Stream 2.
Assinala-se, esta quinta-feira, o 99.º dia da ofensiva militar russa na Ucrânia. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser muito maior, mais de quatro mil civis morreram no conflito.
[Notícia atualizada às 14h36]
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