Os peritos afirmaram no relatório para o Conselho de Segurança da ONU que, com o início de melhores condições meteorológicas, os combates podem intensificar-se à medida que o autoproclamado Estado Islâmico e forças de resistência formadas por antigo pessoal de segurança do anterior Governo afegão empreendem operações contra os talibãs.
Mas nem o Estado Islâmico nem a Al-Qaeda "são considerados capazes de montar ataques internacionais antes de 2023, na melhor das hipóteses", disse o painel de peritos.
Ainda assim, a presença do Estado Islâmico, da Al-Qaeda, e de "muitos outros grupos terroristas e combatentes em solo afegão" está a suscitar preocupações nos países vizinhos e na comunidade internacional em geral.
Desde a tomada de controlo do Afeganistão a 15 de agosto, quando as forças dos EUA e da NATO estavam na fase final da retirada do país, os talibãs "privilegiaram a lealdade e a antiguidade sobre a competência, e a sua tomada de decisões tem sido opaca e inconsistente", disseram os peritos.
No relatório apresentado na quinta-feira, os especialistas indicaram que os talibãs nomearam 41 homens na lista negra de sanções da ONU para o Governo e outros altos cargos, e favoreceram o grupo étnico pashtun dominante do país, alienando as comunidades minoritárias, incluindo os tajiques e os usbeques.
A principal preocupação dos talibãs tem sido a consolidação do controlo "enquanto procuram o reconhecimento internacional, o reencontro com o sistema financeiro internacional e receber ajuda para lidar com a crescente crise económica e humanitária no Afeganistão", disseram os peritos.
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