Forças que impulsionaram ataque ao Capitólio ainda estão a trabalhar

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, disse hoje que as forças que impulsionaram o ataque ao Senado norte-americano, em 2021, ainda "estão a trabalhar", e acrescentou que é preciso "proteger a democracia".

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© Getty Images

Lusa
10/06/2022 23:30 ‧ 10/06/2022 por Lusa

Mundo

Joe Biden

"As forças que levaram ao assalto ao Capitólio [em 06 de janeiro de 2021] ainda hoje estão a trabalhar", disse Joe Biden, no seguimento das conclusões de uma comissão de investigação do Congresso que responsabilizou o ex-presidente norte-americano Donald Trump pelo seu papel nos eventos que levaram ao ataque.

"É importante que os americanos compreendam o que realmente aconteceu, e compreendam que as forças que levaram ao assalto ao Capitólio ainda hoje estão a trabalhar", disse o Presidente dos EUA, em Los Angeles, onde participa na Cimeira das Américas, citado pela agência France-Presse.

O Presidente norte-americano acrescentou: "Esta é a nossa democracia de que estamos a falar, e temos de proteger a nossa democracia".

Joe Biden defendeu uma união entre republicanos e democratas, os dois principais partidos norte-americanos, contra os ataques à democracia.

"Podemos unir-nos, democratas e republicanos, para nos defendermos contra quem quer que seja que prenda uma faca à garganta da nossa democracia", concluiu.

A comissão parlamentar que está a investigar o papel do ex-dirigente norte-americano Donald Trump no assalto ao Capitólio disse, na quinta-feira, que a agressão não foi um momento espontâneo, mas uma "tentativa de golpe".

Na apresentação das primeiras conclusões sobre a investigação, a comissão revelou um vídeo de 12 minutos, nunca antes visto, com momentos do assalto violento e testemunhos do círculo mais íntimo de Trump.

O painel argumentou que as repetidas mentiras de Trump sobre fraude eleitoral e o esforço público para impedir a vitória de Joe Biden, nas eleições de 2020, levaram ao ataque e colocaram em perigo a democracia norte-americana, referiu a agência Associated Press.

"A democracia continua em perigo", disse o democrata e presidente da comissão Bennie Thompson durante a audiência, transmitida em horário nobre.

"Seis de janeiro foi o culminar de uma tentativa de golpe, uma tentativa descarada - como disse um agitador pouco depois de 06 de janeiro - de derrubar o governo", acrescentou Thompson. E frisou: "A violência não foi um acidente".

Num dos vídeos é possível ver membros dos Oath Keepers e dos Proud Boys, grupos de extrema-direita, a prepararem-se para entrar no Capitólio.

Na primeira audiência desta comissão, esteve também a testemunhar Caroline Edwards, agente das forças policiais do Capitólio, que sofreu ferimentos graves durante o assalto.

A vice-presidente do painel e congressista do partido republicano Liz Cheney, que liderou grande parte da audiência, acusou Donald Trump de convocar "uma multidão violenta".

"Quando um presidente falha em tomar as medidas necessárias para preservar a nossa união -- ou pior, causa uma crise constitucional -- estamos num momento de perigo máximo para a nossa república", disse Cheney

Já Donald Trump elogiou, esta quinta-feira, a invasão do Capitólio.

"Seis de janeiro não foi apenas um protesto, foi um dos maiores movimentos da história do nosso país para tornar a América grandiosa novamente", disse o antigo presidente, numa alusão ao 'slogan' que utilizou nas eleições de 2016, "Tornar a América Grandiosa Novamente".

Naquele dia, milhares de apoiantes do ex-presidente republicano reuniram-se em Washington num comício para denunciar o resultado da eleição de 2020, de que Trump saiu derrotado.

As imagens de uma multidão a invadir a sede do Congresso dos Estados Unidos chocaram o mundo.

Por muitos meses, a chamada Comissão 06 de janeiro -- sete democratas e dois republicanos -- ouviu mais de mil testemunhas, incluindo dois filhos do ex-presidente e analisou 140 mil documentos para esclarecer a responsabilidade exata de Donald Trump no evento que abalou a democracia norte-americana.

Os apoiantes da comissão consideram este trabalho essencial para garantir que um dos episódios mais sombrios da história dos Estados Unidos nunca se repita.

No entanto, a maioria dos republicanos denuncia o trabalho do grupo de congressistas eleitos da comissão como uma "caça às bruxas".

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