Os maiores embates políticos acontecem entre o partido de Macron, o República em Marcha, que se coligou com outros três partidos do centro na coligação 'Ensemble!' (Juntos!), e a coligação Nova União Popular Ecologista e Social (Nupes), que integra o movimento França Insubmissa, de Jean-Luc-Mélenchon, os ecologistas, os comunistas e os socialistas.
Atualmente, Macron detém a maioria na Assembleia da República, e no seu último mandato o seu partido viabilizou reformas impopulares, como a do subsídio de desemprego e algumas medidas polémicas contra a covid-19.
O fim da sua maioria absoluta representaria mais dificuldades para levar a cabo a pesada reforma das pensões e uma maioria de esquerda representaria mesmo a nomeação de um Governo de esquerda e o início de um período de coabitação.
Com mais de 48 milhões e eleitores inscritos, as sondagens mostram que o número de franceses que podem optar hoje por não ir às urnas pode quase duplicar face à segunda volta das eleições presidenciais, quando atingiu 28%. Agora, para a primeira volta das legislativas, entre 48% a 52% da população diz que não pensar votar, o que seria um recorde absoluto da abstenção em França.
Com 6.293 candidatos, cada um dos cerca de 577 círculos eleitorais tem uma média de 11 candidatos, o que contribui para dispersar os votos dos eleitores.
De forma a vencer na primeira volta, o candidato mais votado tem de reunir 50% dos votos que representem pelo menos 25% dos eleitores inscritos. Quando isto não acontece, passam à segunda volta, que se realiza no dia 19 de junho, todos os candidatos que tenham obtido votos equivalentes a mais de 12,5% dos inscritos ou os dois candidatos mais votados.
Em 2017, apenas quatro deputados foram eleitos na primeira volta, já que devido ao sistema de percentagem de votos em relação à população inscrita nas listas, dificilmente haverá muitos eleitos na primeira volta.
Leia Também: Vitória da esquerda em França travaria reformas, diz ex-ministra