Zelensky alerta para ambições russas desde "Varsóvia a Sófia"

O chefe de Estado apontou que, "tal como no passado, a invasão da Rússia na Ucrânia é o primeiro passo da liderança russa para abrir caminho para outros países".

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Daniela Filipe
15/06/2022 13:01 ‧ 15/06/2022 por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou a que a União Europeia (UE) conceda ao seu país o estatuto de candidato ao bloco, alertando, além disso, para o facto de que as ambições russas se estendem desde “Varsóvia a Sófia”.

Num discurso perante o parlamento da República Checa, o chefe de Estado instou também os 27 a aplicar mais sanções à Rússia devido à sua invasão da Ucrânia, salientando que Moscovo “não está interessado em Mariupol, Severodonetsk, Kharkiv e Kyiv”.

“Não, as suas ambições estão focadas numa vasta área desde Varsóvia a Sófia”, apontou, citado pela agência Reuters.

“Tal como no passado, a invasão da Rússia na Ucrânia é o primeiro passo da liderança russa para abrir caminho para outros países, para conquistar outros povos”, complementou.

Nessa linha, o responsável indicou que, a seu ver, “conceder à Ucrânia o estatuto de candidato [à UE] neste momento é provar que a unificação europeia é real, e que os valores europeus funcionam e não estão apenas indicados em certos documentos”, justificou.

“Quem quer tomar tudo não parará na tomada de apenas parte daquilo que deseja”, alertou.

Recorde-se que o bloco europeu já adotou seis pacotes de sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia que, por sua vez, tem vindo a apelar a mais medidas que coloquem pressão sob Moscovo.

Também esta quarta-feira, após as conversações entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente romeno, Klaus Iohannis, o líder da Roménia insistiu que a Ucrânia deverá receber estatuto de país candidato à UE "o mais depressa possível", considerando que uma decisão poderá ser alcançada até ao final de junho.

"A meu ver, o estatuto de candidato deverá ser concedido o mais depressa possível. É a solução correta de uma perspetiva moral, económica e de segurança", apontou, citado pelo mesmo meio noticioso.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A ONU confirmou ainda que 4.432 civis morreram e 5.499 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

Leia Também: Separatistas russos acusam Ucrânia de interferir na retirada de Azot

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