Em 2014, o sequestro pelo Boko Haram de 276 alunas de 12 a 17 anos de um internato de Chibok desencadeou uma campanha global para sua libertação denominada #BringBackOurGirls ("#DevolvamAsNossasMeninas").
Oito anos depois, mais de cem ainda estão ainda dadas como desaparecidas.
No anúncio, feito na rede social Twitter, o Exército nigeriano disse ter encontrado na terça-feira uma mulher com um bebé perto de uma aldeia no nordeste do Estado de Borno, e que poderia ser uma das alunas sequestradas em 2014.
Soldados "em patrulha perto de Ngoshe intercetaram uma senhora que disse chamar-se Mary Ngoshe acompanhada do filho", de acordo com a mensagem do Exército, acompanhado de uma foto de uma jovem segurando um bebé.
"Acredita-se que ela seja uma das meninas sequestradas [na escola] de Chibok em 2014", disse o Exército sem adiantar mais detalhes.
Das 276 alunas sequestradas em 2014, 57 conseguiram escapar e outras 80 foram trocadas por comandantes do Boko Haram no quadro de negociações com as autoridades.
Posteriormente, outras meninas foram encontradas, mas mais de cem continuam desaparecidas. De acordo com vídeos de propaganda do histórico comandante do Boko Haram Abubakar Shekau, que morreu em 2021, muitas foram forçadas a casar com combatentes do movimento extremista islâmico.
Desde o sequestro das "meninas Chibok", muitas outras escolas ou universidades foram atacadas no norte da Nigéria nos últimos anos, algumas por extremistas islâmicos, mas principalmente por grupos criminosos que apostam em sequestros em massa para pedirem resgates.
Essa violência impediu muitos estudantes de irem à escola, e a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 18,5 milhões de crianças nigerianas não têm acesso à educação.
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