Greenpeace diz-se chocada com homicídio de Phillips e Pereira na Amazónia
A organização ambientalista Greenpeace expressou hoje choque pelo homicídio do jornalista britânico Dom Phillips e do ativista brasileiro Bruno Pereira numa zona remota da Amazónia.
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Mundo Amazónia
A Polícia Federal brasileira confirmou que Phillips e Pereira foram mortos após um dos principais suspeitos do desaparecimento confessar ter assassinado o jornalista britânico e o indigenista, e ter conduzido agentes federais ao local onde os corpos foram enterrados.
"Estamos chocados e entristecidos" com "esta notícia devastadora, e os nossos corações e pensamentos vão para as famílias e amigos de Bruno e Dom", disse o editor executivo do Greenpeace no Reino Unido, Pat Venditti, em comunicado.
"Esses homens corajosos, apaixonados e determinados foram mortos enquanto realizavam o seu trabalho vital de esclarecer as ameaças diárias que os povos indígenas enfrentam no Brasil ao defender suas terras e direitos", acrescentou.
Os homicídios foram os mais recentes de uma série crescente de ataques brutais contra defensores do meio ambiente e comunidades indígenas que transformaram a Amazónia numa vasta cena de crime.
Venditti criticou a falta de proteção das florestas no Brasil, dizendo que "madeireiros, criadores de gado e garimpeiros ilegais sabem que podem operar com quase total impunidade e a única consequência remanescente é, provavelmente, a sua exposição na imprensa".
"O mundo deve acordar e tomar medidas para acabar com a intolerável violência e repressão na Amazónia" afirmou, considerando que a maior homenagem a Dom Phillips e Bruno Pereira "é continuar o seu trabalho vital até que todo o povo do Brasil e as suas florestas estejam totalmente protegidos".
As autoridades brasileiras consideram parcialmente esclarecido o caso do jornalista britânico e do indigenista brasileiro desaparecidos há onze dias depois de terem encontrado restos mortais no local onde um dos principais suspeitos confessou tê-los assassinado, numa zona remota da Amazónia.
As autoridades acreditam que os dois estão mortos, apesar de os corpos ainda terem de ser identificados, o que acontecerá hoje em Brasília.
Dom Phillips, jornalista e colaborador do jornal The Guardian, e Bruno Araújo Pereira, ativista dos direitos indígenas, estão desaparecidos desde 05 de junho, no Vale do Javari, região remota e de selva na Amazónia brasileira perto da fronteira com Peru e Colômbia, onde realizavam uma investigação sobre ameaças de invasores e criminosos contra os indígenas.
O desaparecimento do jornalista e do ativista indígena gerou uma enorme onda de preocupação entre os movimentos ambientalistas e mesmo em algumas organizações internacionais, tais como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que pediu ao governo brasileiro para reforçar as buscas.
O Vale do Javarí, segunda maior reserva indígena do Brasil, é conhecido por ser palco de conflitos dominados pelo narcotráfico, roubo de madeira e mineração ilegal.
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