Movimento atípico, o M5S foi fundado em 2009 como uma alternativa aos partidos do "sistema", mas tem-se fragmentado nos últimos anos em diversas fações e registado uma queda da popularidade quando se aproximam as eleições legislativas de 2023, e que segundo os 'media' está agora a atingir um ponto de rutura devido às divergências internas em torno do conflito na Ucrânia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luigi Di Maio, antigo presidente do M5S e vice-primeiro-ministro, opõe-se desde há meses ao atual líder do partido, Giuseppe Conte, que já ocupou o cargo de primeiro-ministro.
As tensões atingiram o auge no domingo quando Di Maio pediu ao seu partido para terminar com as críticas ao Governo sobre a guerra na Ucrânia, em particular o envio de armamento para Kiev destinado a combater as tropas russas.
"Sou acusado pelos dirigentes da minha força política de ser atlantista e pró-europeu", indicou Di Maio nem comunicado. "Permitam-me que diga, na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros, face a esta guerra terrível, reivindico firmemente ser fortemente atlantista e pró-europeu".
Por sua vez, Conte considera que o Governo de Roma deve concentrar-se na procura de uma solução política. "Contribuímos ao enviar armas por três vezes, agora parece-nos que a nossa contribuição seria mais preciosa na frente diplomática", declarou no início de junho.
O Governo de Draghi defendeu o envio de armas e de dinheiro para Kiev, e a imposição de sanções económicas à Rússia.
O antigo presidente do Banco central europeu (BCE), que se deslocou à capital ucraniana na semana passada em companhia dos dirigentes francês e alemão, recordou o voto maioritário dos deputados em março, a favor do envio de armas.
"A Itália continuará a trabalhar com a União Europeia e com os nossos parceiros do G7 para apoiar a Ucrânia, procurar a paz e ultrapassar esta crise", declarou. "É o mandato que o Governo recebeu do parlamento, de vós. È o que guia a nossa ação".
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