Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros emitido hoje, os homens tinham sido "raptados em 22 de junho em território sudanês e depois levados para a Etiópia".
A diplomacia sudanesa adiantou que mandou regressar "imediatamente" o seu embaixador na Etiópia e hoje ainda irá convocar o embaixador etíope em Cartum para transmitir a condenação do Sudão àquilo que classificou como "ato cobarde".
O Sudão também disse que iria apresentar uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU e às organizações regionais.
O exército sudanês advertiu no domingo que "este ato pérfido não passará".
"Num ato que viola todas as convenções de guerra e o direito internacional, o exército etíope executou sete soldados sudaneses e um cidadão", disse, numa declaração, o exército sudanês.
A Etiópia não comentou as acusações até ao momento.
Segundo um oficial militar sudanês, os soldados foram capturados numa zona fronteiriça perto de El-Fashaga, uma área de terra fértil no estado oriental sudanês de Gedaref, que é objeto de uma disputa fronteiriça entre o Sudão e a Etiópia.
Choques, por vezes fatais, ocorrem regularmente nesta área. Intensificaram-se em 2020 com a guerra entre o governo federal etíope e as autoridades regionais de Tigray, uma região vizinha do Sudão, que provocou a fuga de dezenas de milhares de etíopes para o leste do Sudão.
Embora os agricultores etíopes se tenham instalado na área de El-Fashaga há décadas, as tropas sudanesas só foram destacadas para lá após o deflagrar do conflito em Tigray.
Esta disputa fronteiriça está a alimentar tensões entre os dois países, que apesar de numerosas rondas de negociações não conseguiram ainda chegar a um acordo sobre a delimitação da sua fronteira.
Cartum e Adis Abeba também têm estado em desacordo há mais de 10 anos sobre a questão da Grande Barragem do Renascimento construída pela Etiópia no Nilo.
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