Moçambique: Grupo armado rapta três mulheres em Meluco

Um grupo armado desconhecido raptou três mulheres entre sábado e domingo no distrito de Meluco, Cabo Delgado, disseram à Lusa fontes locais desta zona do norte de Moçambique.

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Lusa
04/07/2022 12:13 ‧ 04/07/2022 por Lusa

Mundo

Ataques

 

A área sul da província tem sido o mais recente foco da insurgência armada que atinge a região há quase cinco anos.

Durante o fim de semana, um grupo armado atacou as comunidades de Chicomo e Iba, onde queimaram casas, sequestrando duas mulheres na primeira aldeia e outra na segunda, disse uma das fontes a partir de Macomia, vila para onde fugiu em busca de segurança.

Segundo a mesma fonte, após os ataques de março e abril, as populações das duas comunidades já estavam a regressar na expectativa de que a segurança estava reposta.

"Nós estávamos a regressar, porque parecia tudo bem, mas fomos colhidos de surpresa: eu e a minha família já não voltaremos agora" disse, acrescentando que continua de malas aviadas para seguir viagem rumo a Pemba.

Uma outra fonte referiu que, apesar de não haver relato de mortes, as populações estão a fugir.

"Tanto eu como outras pessoas, estamos à procura de locais seguros. Aqui no interior a situação é mais débil", afirmou, falando da sede distrital de Meluco, a 54 quilómetros da Estrada Nacional 1.

O distrito de Meluco já tinha sido palco de outro rapto no final de maio, quando um grupo armado sequestrou uma técnica de saúde.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

 

Leia Também: ONG diz que faltam instituições mais ativas na defesa da mulher

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