A matemática ucraniana Maryna Viazovska tornou-se, esta terça-feira, na segunda mulher a vencer a medalha Fields, um prémio considerado como equivalente aos Nobel, mas no ramo da Matemática.
Viazovska foi uma dos quatro condecorados com o prémio, a par do francês Hugo Duminil-Copin, da Universidade de Genebra; a coreana-norte-americana June Huh, da Universidade de Princeton; e o britânico James Maynard, da Universidade de Oxford.
No site da União Matemática Internacional, é dito que a matemática ucraniana contribuiu com a descoberta de soluções para o empacotamento de esferas em oito dimensões.
A medalha Fields é dada a cada quatro anos, a matemáticos abaixo dos 40 anos, e normalmente, a ocasião em que esta é dada é no Congresso Internacional de Matemáticos. No entanto, o congresso mudou-se da localização prevista, na Rússia, para Helsínquia, na Finlândia.
O presidente da União, Carlos E. Kenig, disse, citado pela NBC News, quem "a guerra bárbara que a Rússia tem levado contra a Ucrânia claramente mostra que nenhuma outra alternativa era viável".
Maryna Viazovska tem sido uma voz ativa contra a invasão russa no seu país, comentando que a guerra mudou a sua vida, mas ensinar matemática manteve-a desperta. "Quando estou numa aula, tenho de me esquecer de tudo o resto, porque tenho de estar muito concentrada. Isto obrigou-me a esquecer o medo e a dor em mim mesma", afirmou.
A cientista, que é também investigadora na Escola Politécnica de Lausanne, na Suíça, decidiu dedicar uma das palestras a Yulia Zdanovksa, uma jovem cientista ucraniana cuja morte foi muito lamentada no início da guerra, quando morreu num bombardeamento em Kharkiv em março.
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