A saga de saídas continua no governo em caos de Boris Johnson. As últimas 24 horas viram dezenas de demissões em protesto contra o primeiro-ministro, mas esta tarde, Johnson antecipou-se ao crítico e despediu o ministro da Habitação e Comunidades, Michael Gove.
Segundo a Sky News, Gove fora mais um dos ministros a demonstrar-se infeliz com a presença do primeiro-ministro e a continuidade após tantos escândalos.
Esta terça-feira, Johnson está a receber ministros um-a-um, em Downing Street, mas muitos preveem que o governo acabe por cair, apesar da insistência do líder do Partido Conservador.
As mais proeminentes saídas foram as dos ministros da Saúde e das Finanças, com a de Sajid Javid, antigo ministro da Saúde, a anunciar a sua saída entre críticas ao primeiro-ministro em plena Câmara dos Comuns.
Mais de 30 pessoas saíram do governo de Boris Jonhson, que promete remodelar o governo e manter-se no poder.
Na base de todas estas demissões está mais um escândalo no governo. Depois das crises em torno das festas em Downing Street, agora surgem alegações de assédio sexual sobre o deputado Chris Pincher, que foi escolhido por Johnson em 2019 para servir como um dos principais líderes da bancada conservadora no parlamento.
Os analistas da Sky News referem que Michael Gove, uma figura preponderante no Partido Conservador durante o Brexit e a subida de Johnson ao poder, terá visitado o primeiro-ministro para lhe dizer para se demitir.
The sacking of Michael Gove is not going down well in the Conservative party. One former Boris Johnson ally tells me: “Sacking Gove is revenge. But Boris is now detached from reality. He is now like Putin.”
— Nicholas Watt (@nicholaswatt) July 6, 2022
Já um editor da BBC diz, segundo fontes próximas do Partido Conservador, que a saída de Gove não foi bem acolhida junto do partido do governo, que terá sido uma ação de vingança.
[Notícia atualizada às 21h49]
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