Durante uma reunião do governo do Cazaquistão, o presidente Kassym-Jomart Tokayev disse que uma nova rota de exportação de petróleo daquele país através do Mar Cáspio tornou-se uma "prioridade".
O governante também quer que o governo "tome medidas para aumentar a capacidade" de certas secções de um oleoduto que transporta petróleo para a China, segundo a presidência do Cazaquistão.
A ideia de um oleoduto transcaspiano surge regularmente, mas nunca se concretizou.
Atualmente, cerca de três quartos do petróleo do Cazaquistão é exportado através de um oleoduto que leva ao porto russo de Novorossiysk, no Mar Negro.
Contudo, as exportações foram interrompidas duas vezes desde o lançamento da ofensiva de Moscovo na Ucrânia no final de fevereiro, com analistas a suspeitarem que o Kremlin quer pressionar o Cazaquistão, aliado tradicional da Rússia, pela sua neutralidade neste conflito.
Estas interrupções, em março e junho, foram oficialmente justificadas pelos danos provocados por uma tempestade e pelos riscos ligados à presença de minas datadas da Segunda Guerra Mundial.
Uma terceira interrupção quase ocorreu esta semana após um tribunal russo ter ordenado uma suspensão de 30 dias nas entregas de petróleo através do oleoduto de 1.500 km de comprimento, citando violações de padrões ambientais.
O consórcio que opera o oleoduto recorreu, suspendendo temporariamente a decisão judicial, indicou hoje o ministro da Energia do Cazaquistão.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ser "improvável" que a decisão do tribunal russo esteja ligada a considerações políticas, enquanto enfatizou a "necessidade de contactos adicionais" com o Cazaquistão.
O presidente do Cazaquistão também se comprometeu esta semana a fortalecer a cooperação energética com a União Europeia.
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