"Temos absolutamente de defender eleições livres e justas, que são o fundamento da democracia", justificou Kishida, numa declaração emocionada aos jornalistas, após o anúncio da morte de Abe.
"Nunca cederemos à violência", prometeu Kishida, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros no executivo de Abe de 2012 a 2017.
Shinzo Abe morreu hoje, aos 67 anos, depois de ter sido atingido com dois tiros no pescoço quando discursava num comício de rua do Partido Liberal Democrático (LDP, no poder) perto da estação ferroviária de Nara, uma cidade do oeste do Japão.
Abe ainda foi transportado para o hospital, mas já em paragem cardiorrespiratória, tendo a morte sido confirmada cerca de cinco horas depois.
"Estava a rezar para que a sua vida fosse salva, mas, apesar disso, ouvi a notícia [da morte de Abe]. É realmente lamentável. Não consigo encontrar palavras", disse Kishida, atual líder do LDP, citado pela agência francesa AFP.
"Ofereço as minhas sinceras condolências e rezo para que a sua alma possa descansar em paz", acrescentou.
O primeiro-ministro descreveu o atentado como um "ato bárbaro", que condenou "nos termos mais fortes".
"Isto é imperdoável", afirmou.
Abe foi primeiro-ministro em 2006-2007 e depois de 2012 a 2020, tendo sido o chefe de Governo mais jovem do pós-guerra, aos 52 anos, o primeiro nascido depois da Segunda Guerra Mundial e o que esteve mais tempo no cargo.
Kishido disse que Abe "teve uma pesada responsabilidade como primeiro-ministro durante oito anos e oito meses, o período mais longo da história do Governo Constitucional".
"Guiou o país através de uma situação interna e internacional difícil com as suas excecionais capacidades de liderança", acrescentou Kishida, que foi próximo de Abe.
O alegado autor dos disparos foi detido no local segurando uma arma com a qual terá disparado dois tiros contra Abe.
Trata-se de um antigo membro da componente naval da Força de Autodefesa do Japão, atualmente desempregado.
A polícia identificou-o como Yamagami Tetsuya, 41 anos, originário de Nara.
Desconhecem-se os motivos do atentado.
Os comícios eleitorais no Japão são geralmente realizados na rua e com poucas medidas de segurança, devido à baixa taxa de criminalidade e de ataques com armas de fogo.
O atentado foi condenado por líderes de vários países, incluindo Portugal.
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