A vítima foi detida com outras três pessoas em abril de 2020 num subúrbio de Joanesburgo por violar as regras de confinamento, anunciou em comunicado a Direção Independente de Investigações Policiais (IPID, no acrónimo em inglês).
O homem terá sido agredido por polícias e guardas de uma empresa de segurança privada, depois levado para uma esquadra, onde se queixou de dores de estômago, segundo o comunicado.
"Foi chamada uma ambulância, os paramédicos declararam a morte do cidadão", salienta o comunicado, que acrescenta que uma investigação de assassínio foi posteriormente aberta.
O IPID disse que deteve 13 polícias e três guardas da empresa de segurança privada em conexão com o caso na semana passada.
Todos foram então libertados sob fiança enquanto aguardam o desenvolvimento da investigação, com eventual formulação das acusações marcada para agosto.
As audiências de fiança foram as primeiras idas a tribunal para polícias acusados ??de violência durante o confinamento nacional por causa do novo coronavírus em 2020, disse o IPID.
A violência policial denunciada na época desencadeou grande indignação nacional.
Algumas organizações não-governamentais notaram um aumento no uso da força e mortes sob custódia, designadamente a Amnistia Internacional (AI), que referiu 115 mortes de detidos.
Hoje, a AI criticou a lentidão das autoridades em punir os responsáveis, mais de dois anos após os factos assinalados.
Todas essas vítimas "merecem justiça", disse também em comunicado Shenilla Mohamed, diretora executiva da secção sul-africana da Amnistia Internacional.
"Não veremos o fim desses incidentes se os responsáveis ??não forem responsabilizados", acrescentou.
A África do Sul impôs um dos bloqueios mais rígidos do mundo e tem sido o país do continente mais atingido pela pandemia, com mais de quatro milhões de infeções e 101.935 mortes, segundo dados oficiais.
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