O hospital Jikei, localizado na ilha japonesa de Kyushu, disponibiliza uma “caixa de bebés” para que as mães possam deixar os seus bebés de forma anónima. É um hospital católico e o único no Japão a possuir este sistema, além de contar com um programa de parto sem identificação.
A agência de notícias AFP revela que “quando o alarme soa no hospital”, as enfermeiras “sobem uma escada em espiral para recolher o mais rapidamente possível os recém-nascidos deixados na ‘caixa de bebés’”.
O responsável pelo hospital, Takeshi Hasuda, explica que desde a implementação do sistema, em 2007, o centro hospitalar tem funcionado “como uma rede de segurança vital”. “Há mulheres que têm vergonha e muito medo pelo sentimento de terem feito algo horrível ao engravidarem”, explicou.
Os bebés são deixados numa caixa decorada com cegonhas e equipada com uma cama. A partir do momento em que o alarme é acionado, as enfermeiras tentam chegar ao recém-nascido em menos de um minuto.
“Se as mães estiverem por perto, sugerimos que compartilhem a sua história”, contou uma funcionária do hospital. Há uma equipa especializada que tem como objetivo garantir a saúde das mães e incentiva-as a deixar informações para que um dia a criança possa conhecer as suas origens.
Só em 2020, a polícia japonesa registou 27 abandonos de crianças. No ano antes, 57 crianças morreram vítimas de abusos.
Desde a colocação da “caixa dos bebés” no hospital de Jikei, há cerca de 15 anos, já foram ali deixados 161 bebés e crianças pequenas, algumas “frutos de prostituição, violação ou incesto”.
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