Norte-coreanos apostam em medicina tradicional para combater a Covid-19

Alguns especialistas acreditam que a Coreia do Norte está a mobilizar a medicina Koryo simplesmente porque não tem equipamento moderno suficiente para dar uma resposta eficaz contra as infeções pelo novo coronavírus. 

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Notícias ao Minuto
25/07/2022 11:03 ‧ 25/07/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Covid-19

Como estudante de medicina na Coreia do Norte, Lee Gwang-jin disse ter tratado as suas febres e outros sintomas menores, resultantes da infeção por Covid-19, com mezinhas tradicionais à base de ervas, reporta a Associated Press. Isto numa altura em que um caso grave da doença pode trazer algumas complicações, visto que os hospitais da cidade onde reside carecem de ambulâncias, camas e, por vezes, até de eletricidade para dar resposta aos doentes mais críticos.

Ainda assim, Lee Gwang-jin revelou estar cético relativamente aos relatos dos media norte-coreanos que davam conta de que a chamada medicina tradicional de Koryo está a desempenhar um papel fundamental na luta da nação contra a Covid-19.

Em causa está uma prática que inclui mezinhas fabricadas a partir de misturas de ervas e que incluem também, por vezes, partes de animais - às quais são associados procedimentos de acupuntura, "moxabustão" e massagens dos meridianos. Estas tratam-se de estratégias antigas que também são utilizados em muitas nações asiáticas e ocidentais, embora apenas de forma independente. 

"A Coreia do Norte está a usar muito a medicina Koryo [para a Covid-19], mas não é um remédio seguro", disse Lee, que estudou esta prática antes de fugir da Coreia do Norte em 2018. "Alguém que está destinado a sobreviver sobreviverá [com tal medicamento], mas a Coreia do Norte não pode ajudar outros que estão a morrer", acrescentou ainda.
A este propósito, alguns especialistas acreditam que a Coreia do Norte está a mobilizar a medicina Koryo simplesmente porque não tem equipamento moderno suficiente para dar uma resposta eficaz contra as infeções pelo novo coronavírus. 

"Tratar sintomas ligeiros com o medicamento Koryo não é uma má opção [...]. Mas o coronavírus não causa apenas sintomas ligeiros", disse a este respeito Yi Junhyeok, médico e investigador do Instituto de Medicina Oriental da Coreia do Sul. "Quando pensamos em pacientes críticos e de alto risco, a Coreia do Norte precisa de vacinas, sistemas de cuidados de emergência e outros recursos médicos que possa utilizar para" reduzir as fatalidades, explicou a mesma fonte.

Esta notícia surge numa altura em que a Coreia do Norte regista uma média de 157 casos de febre por dia, considerando a última semana. Isto depois de ter sido atingido o pico da doença em maio, de cerca de 400.000 por dia.

Leia Também: Covid-19. Presidente Joe Biden sente-se "muito, muito melhor"

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