Como estudante de medicina na Coreia do Norte, Lee Gwang-jin disse ter tratado as suas febres e outros sintomas menores, resultantes da infeção por Covid-19, com mezinhas tradicionais à base de ervas, reporta a Associated Press. Isto numa altura em que um caso grave da doença pode trazer algumas complicações, visto que os hospitais da cidade onde reside carecem de ambulâncias, camas e, por vezes, até de eletricidade para dar resposta aos doentes mais críticos.
Ainda assim, Lee Gwang-jin revelou estar cético relativamente aos relatos dos media norte-coreanos que davam conta de que a chamada medicina tradicional de Koryo está a desempenhar um papel fundamental na luta da nação contra a Covid-19.
Em causa está uma prática que inclui mezinhas fabricadas a partir de misturas de ervas e que incluem também, por vezes, partes de animais - às quais são associados procedimentos de acupuntura, "moxabustão" e massagens dos meridianos. Estas tratam-se de estratégias antigas que também são utilizados em muitas nações asiáticas e ocidentais, embora apenas de forma independente.
"Tratar sintomas ligeiros com o medicamento Koryo não é uma má opção [...]. Mas o coronavírus não causa apenas sintomas ligeiros", disse a este respeito Yi Junhyeok, médico e investigador do Instituto de Medicina Oriental da Coreia do Sul. "Quando pensamos em pacientes críticos e de alto risco, a Coreia do Norte precisa de vacinas, sistemas de cuidados de emergência e outros recursos médicos que possa utilizar para" reduzir as fatalidades, explicou a mesma fonte.
Esta notícia surge numa altura em que a Coreia do Norte regista uma média de 157 casos de febre por dia, considerando a última semana. Isto depois de ter sido atingido o pico da doença em maio, de cerca de 400.000 por dia.
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