Polícia russa deteve Leonid Gozman, político opositor do Kremlin
Desde o início da invasão russa sobre a Ucrânia, a 24 de fevereiro, a dissidência política tornou-se mais perigosa dentro da Rússia.
© REUTERS/Sergei Karpukhin
Mundo Guerra na Ucrânia
A polícia russa deteve, esta segunda-feira, Leonid Gozman, um político conhecido por fazer oposição ao Kremlim, está a noticiar a Reuters, que cita o seu advogado. Tudo isto depois de ter sido instaurado um processo criminal na sequência da alegada falha do detido em informar atempadamente as autoridades acerca da sua cidadania israelita.
"À entrada da estação de metro de Frunzenskaya, foi detido por agentes da polícia de metropolitana", escreveu o advogado de Gozman, Mikhail Biryukov, na rede social Facebook.
Gozman foi o último líder do pequeno partido político da União das Forças de Direita, que reuniu nomes como Anatoly Chubais (que viria a abandonar o país) e Boris Nemtsov (morto a tiro, em 2015, nas proximidades do Kremlin).
De recordar que o político agora detido tinha também argumentado publicamente que o presidente russo, Vladimir Putin, tinha infligido mais danos à Rússia por causa da invasão sobre a Ucrânia do que qualquer outro líder russo desde Josef Stalin - e que a Rússia pós-soviética tinha morrido, essencialmente, com esta guerra.
No mês passado, Leonid Gozman viria a ser listado oficialmente como "agente estrangeiro" para a Rússia - que, na definição apresentada pelo país, se trata de uma pessoa que recebe dinheiro de Estados estrangeiros ou que está sob a influência dos mesmos. Viria a ser, também, incluído numa lista federal de pessoas procuradas, segundo o Ministério do Interior - que, no entanto, foi incapaz de esclarecer a razão por detrás da decisão.
Na sua última publicação na rede social Telegram, o político tinha escrito: "Para aqueles que querem e podem protestar - tenham cuidado, lembrem-se que o que ontem era quase de graça - uma pequena multa - pode custar hoje a liberdade".
"Só se compreenderem o que terão de pagar - vão em frente, e que Deus vos ajude. Todos os outros - não desistam", acrescentou ainda, no mesmo 'post'.
De recordar que, desde o início da invasão russa sobre a Ucrânia, a 24 de fevereiro, a dissidência política tornou-se mais perigosa dentro da Rússia. Muitos manifestantes têm vindo a ser presos, com outros tantos críticos da guerra a correrem o risco de ser processados.
Durante estes cinco meses, o conflito originou 11,5 milhões de refugiados e mais de cinco mil civis mortos - sendo assim considerada a maior crise humanitária na Europa desde a II Guerra Mundial.
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