A Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) afirmou, através de uma declaração, que Washington entregou, desde o início do ano, quase 707 milhões de dólares (cerca de 690 milhões de euros) em ajuda humanitária ao povo da Somália, exortando outros países a "aumentarem as suas contribuições" para se "evitar a perda significativa de vidas".
"A assistência crítica da USAID chega numa altura em que a Somália atravessa quatro épocas consecutivas de seca, com mais de 200.000 pessoas em risco iminente de fome", segundo a declaração, acrescentando-se que uma "confluência de crises", incluindo a pandemia de covid-19, a peste do gafanhoto do deserto e secas anteriores, minaram a capacidade de resposta das pessoas.
Salientou que "as alterações climáticas aumentaram a frequência e intensidade das secas a nível mundial" e observou que 461 milhões de dólares (cerca de 450 milhões de euros) do pacote de ajuda permitirão aos parceiros humanitários da USAID aumentar a prestação de ajuda a milhões de pessoas no país.
Isto inclui a entrega de géneros alimentícios e dinheiro para permitir aos beneficiários comprarem alimentos nos mercados locais, bem como apoiar a economia local quando se regista aumento dos preços internacionais dos alimentos devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, dois dos maiores exportadores mundiais de cereais.
A USAID sublinhou também que esta assistência ajudará a tratar as crianças subnutridas, uma vez que são as mais vulneráveis e as mais suscetíveis de sofrerem mais com a crise.
"Cerca de metade das crianças somalis precisa de apoio nutricional para sobreviver", disse.
A ajuda fornecerá também água potável e cuidados de saúde de emergência para prevenir doenças agravadas pela fome, bem como proteção de mulheres e crianças para prevenir a violência baseada no género.
Além disso, 15 milhões de dólares (aproximadamente 14,6 milhões de euros), ainda a aguardar por aprovação do Congresso, ajudarão os agricultores a comprar sementes e ferramentas para manter as suas culturas.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU advertiu no domingo que mais de sete milhões de pessoas estão à beira da fome devido à seca catastrófica em quase 20 regiões da Somália.
A ONU estima que quase metade da população (quase oito milhões de pessoas) necessita de ajuda humanitária e que 918.000 pessoas foram forçadas a fugir das suas casas em busca de água, comida ou pasto, incluindo grupos minoritários.
A ONU também advertiu que 17 distritos do país enfrentam uma "possibilidade razoável de fome", uma vez que as colheitas continuam a deteriorar-se, os preços dos alimentos continuam a subir e a entrega de ajuda humanitária está a tornar-se uma tarefa "insustentável".
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