Rússia quer inaugurar em setembro edifícios reconstruídos em Mariupol
Os primeiros edifícios em reconstrução na cidade ucraniana de Mariupol, devastada e ocupada pelas forças russas, vão ser inaugurados em setembro, disse hoje o vice-primeiro-ministro russo, Marat Khousnoulline.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
"Os primeiros prédios vão estar prontos em setembro. Os primeiros hospitais vão ficar prontos", disse Khousnoulline numa entrevista ao canal de televisão russo RBK TV transmitida hoje.
Na sexta-feira, o vice-primeiro-ministro russo apresentou ao chefe de Estado, Vladimir Putin, o plano de reconstrução da cidade de Mariupol, que deve prolongar-se durante três anos.
A cidade portuária no Mar de Azov, sul da Ucrânia, foi conquistada em maio pelas forças russas após várias semanas de um cerco que destruiu a maior parte de Mariupol.
Prédios de habitação, escolas, estabelecimentos comerciais, ruas e hospitais foram atingidos pelos bombardeamentos.
Grande parte dos 400 mil habitantes abandonou a cidade antes e durante os combates.
A população deve chegar a "350 mil habitantes até 2025", estimou Khousnoulline, sem especificar se as autoridades russas pretendem aplicar uma política de transmigração e repovoamento.
O vice-primeiro-ministro russo indicou também que as forças de ocupação pretendem reconstruir o "polo tecnológico" da cidade, referindo-se ao complexo industrial Azovstal, onde se refugiaram os últimos defensores ucranianos de Mariupol.
"Não estamos a pensar na reconstrução através de tecnologias antigas. Vamos criar empregos que vão 'alimentar' a cidade através da economia", declarou Khousnoulline.
Atualmente, os civis que se mantêm em Mariupol continuam a sofrer da escassez de meios de sobrevivência e o abastecimentos de água e de energia elétrica são deficientes.
Os ocupantes russos que voltaram a atacar a Ucrânia no passado mês de fevereiro, depois da invasão de 2014, tentam estabelecer normalidade nas zonas recentemente conquistadas no sul e no leste do país.
Na maior parte destas regiões, Moscovo instalou um poder administrativo que prepara localmente a realização de referendos com vista a iniciar um novo "processo de anexação", tal como aconteceu anteriormente na Península da Crimeia.
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