Em comunicado conjunto, os ministros de Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e o alto representante da União Europeia para as relações externas expressaram a sua preocupação "com as anunciadas ações ameaçadoras da República Popular da China, em particular exercícios de tiro real e coerção económica, que arrisca uma escalada desnecessária".
Estes ministros consideraram que "não há justificação para usar a visita [da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan] para uma atividade militar agressiva no Estreito de Taiwan".
Depois de afirmarem que "é normal e uma rotina para os eleitos" dos seus países "viajarem internacionalmente", os ministros consideraram que "a resposta da República Popular da China arrisca aumentar a tensão e desestabilizar a região".
Em consonância, apelaram a Pequim para que "não altere unilateralmente a situação pelo uso da força na região e que se resolvam por meios pacíficos as diferenças através do Estreito".
Garantiram também que os membros do G7 não mudaram as políticas relativas à China e a Taiwan.
Nancy Pelosi, presidente do Congresso norte-americano, chegou na noite de terça-feira a Taiwan e visitou hoje o Parlamento tendo-se também encontrado com a chefe de Estado da República da China, Tsai Ing-wen, a quem transmitiu "apoio".
Pelosi permaneceu menos de 24 horas em Taiwan, visitando hoje o Parlamento de Taipé antes da reunião com a chefe de Estado da República da China, Tsai Ing-wen.
Em resposta, o Exército Popular de Libertação enviou na terça-feira 21 aviões militares para a Zona de Identificação da Defesa Aérea de Taiwan, informou hoje o Ministério da Defesa da República da China em comunicado.
Paralelamente, Pequim impôs, pelo segundo dia consecutivo, sanções comerciais a Taiwan proibindo a importação de citrinos, rebentos de bambu congelados e dois tipos de peixe, bem como a bloqueou a exportação de areia para a República da China.
O chefe da diplomacia de Pequim, Wang Yi, disse hoje que "aqueles que ofendem a China devem ser punidos de forma inelutável" referindo-se à visita de Nancy Pelosi, presidente do Parlamento norte-americano.
Momentos depois de Pelosi ter aterrado na terça-feira em Taiwan - território que a China reivindica como uma província separatista a ser reunificada pela força caso necessário -, Pequim anunciava que entrava em "alerta máximo" e que ia lançar "uma série de operações militares", que classificou como "contramedidas".
Os exercícios com início previsto para quinta-feira (hora local), e que irão prolongar-se até domingo, incluem "disparos de munições reais de longo alcance" no Estreito de Taiwan, que separa o território da China continental, informou Pequim.
Segundo as coordenadas avançadas pelo exército chinês, em certos locais, as operações vão aproximar-se até 20 quilómetros da costa de Taiwan.
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