Israel aperta cerco a Gaza depois de deter alegado jihadista

Israel vai encerrar as suas estradas em redor da Faixa de Gaza pelo terceiro dia consecutivo, por temer represálias pela recente captura de um líder 'jihadista', adiantaram esta quarta-feira fontes militares e de milícias.

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© REUTERS/Amir Cohen

Lusa
03/08/2022 22:58 ‧ 03/08/2022 por Lusa

Mundo

Faixa de Gaza

 

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"Os bloqueios nas estradas vão manter-se, mas isso pode mudar a qualquer momento, pois a situação está a ser constantemente avaliada", explicou fonte do Exército israelita à agência Efe.

Na manhã de terça-feira, as autoridades israelitas anunciaram uma "ameaça direta" e decidiram fechar estradas, linhas de comboio e postos de guarda ao longo da fronteira de Gaza, enquanto deram indicações para os moradores daquela região para se manterem perto de abrigos.

Também foi encerrada a passagem de Erez, o portão de fronteira entre Gaza e Israel, usado diariamente por milhares de trabalhadores palestinianos.

O Exército procura impedir "possíveis ataques contra civis" a partir da faixa costeira, com 'rockets' ou mísseis, como vingança pela detenção de Bassem Saadi, líder da Jihad Islâmica Palestiniana (YIP), movimento considerado terrorista por Israel.

A detenção ocorreu na noite de segunda-feira, durante uma incursão militar das forças israelitas no campo de refugiados de Jenin, um foco de violência no norte da Cisjordânia ocupada.

A captura ocorreu durante um confronto armado com a milícia, que resultou na morte de um jovem de 17 anos, um outro jovem ferido e um detido, membro do YIP.

No seguimento desta operação, o braço armado do movimento, as brigadas Al-Quds, apelaram a um "cerrar de fileiras" e "trabalhar com força total para fortalecer o espírito da intifada de fogo".

Já o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, vincou que "qualquer ameaça aos cidadãos israelitas motivará uma resposta poderosa".

Perante a tensão, o Egito está a elaborar grandes esforços para mediar e evitar uma escalada de violência, explicou à Efe um membro do gabinete político da Jihad Islâmica em Gaza, Khaled Al Batsh.

O movimento e o seu braço armado estão a expandir-se na Cisjordânia ocupada, "desfrutando de uma grande convergência" com a população, sendo que Israel procurou "dar um golpe na liderança do movimento", defendeu Al Batsh.

A Jihad Islâmica está a pedir a Israel, através do Egito, que a família de Saadi possa visitar o líder para verificar a sua saúde.

Exigem também o fim das incursões militares na Cisjordânia ocupada e a libertação de um palestiniano detido, segundo os 'media' locais.

A Organização Não Governamental israelita Gisha denunciou na quarta-feira que o encerramento das estradas para Gaza está a afetar seriamente a vida dos habitantes, que não podem deixar o enclave para trabalhar ou "mesmo em casos urgentes e humanitários".

Nos últimos meses, as forças israelitas intensificaram as suas incursões militares na Cisjordânia, especialmente em Jenin, após uma onda de ataques por palestinianos e árabes israelitas, em diferentes partes do território no final de março, que resultou em 18 mortos.

Desde então, estes ataques provocaram fortes confrontos que causaram mais de 50 mortos entre palestinianos.

Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional, e passou a ocupar e a cercar territórios palestinianos, numa ação de colonização altamente criticada por organizações de direitos humanos, que acusam Israel de criar um sistema de apartheid contra o povo palestiniano.

Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.

Leia Também: Palestina anuncia relançamento de iniciativa para a plena adesão à ONU

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