No seu discurso, o ministro da Defesa do Mali, Sadio Camara, um dos homens fortes do regime, elogiou a "parceria vantajosa com a Federação Russa" durante uma cerimónia oficial na presença de diplomatas russos e de Assimi Goïta, presidente da junta militar no poder para o período de transição no país, desde o golpe de Estado, segundo relatou a agência France-Presse.
Os coronéis, que tomaram o poder pela força em agosto de 2020 no Mali, num período de grande instabilidade, decidiram separar-se do antigo aliado francês envolvido militarmente contra o terrorismo na região desde 2013 e relançar vigorosamente a cooperação com a Rússia.
A Rússia já tinha entregado vários helicópteros de combate e armas em março. O Mali acolheu em grande número o que a junta apresenta como instrutores russos.
A França e seus parceiros denunciam, por sua vez, o uso pela junta militar no poder no Mali dos serviços da empresa de segurança privada russa Wagner. A junta nega e fala de uma antiga parceria com o exército russo.
A Rússia admitiu em maio a presença do grupo paramilitar Wagner no Mali "com caráter comercial".
"Devo dizer que a cerimónia de hoje é histórica, tanto na natureza, na qualidade e no volume do que você está nos dando, do qual apenas mostraremos aqui uma parte, o restante estando obviamente em operação no momento desta cerimónia", afirmou Camara.
"Estamos a consolidar a nossa capacidade de reconhecimento e ataque com os caças L39 e Sukhoi 25, que se somam ao Super Tucano e outras aeronaves já em uso", acrescentou.
Não foram divulgadas informações sobre as condições de aquisição do equipamento.
O Mali está em grande instabilidade desde 2012. A propagação do terrorismo, inicialmente confinado ao norte do país, espalhou-se para o centro e sul do Mali, bem como para os vizinhos Burkina Faso e Níger.
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