Mali. Governo anuncia que liquidou dívidas pendentes após golpe de Estado
O Mali anunciou hoje que tinha "liquidado todas as dívidas pendentes" causadas por sanções impostas pelos Estados da África Ocidental, na sequência de dois golpes de Estado no país.
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Mundo Mali
O país da África Ocidental não conseguiu "regularizar o seu serviço da dívida" durante os seis meses das sanções, entre janeiro e julho, afirmou o Ministério da Economia e Finanças através de um comunicado.
O Estado "tomou todas as medidas necessárias para liquidar as prestações não pagas" após o levantamento das sanções pela Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em 03 de julho, de acordo com a declaração, que detalha "a liquidação pelo Tesouro".
O ministério cita "uma dívida externa de cerca de 85,1 mil milhões de francos" (mais de 130 milhões de euros) e a dívida de mercado emitida por sindicação (através de uma operação montada com vários intervenientes financeiros) num montante de 66 mil milhões de francos cfa" (101 milhões de euros).
Além disso, uma emissão de obrigações organizada em 09 de agosto "permitiu a liquidação do saldo remanescente não pago da dívida de mercado emitida por leilão, ou seja, 215 mil milhões francos" (330 milhões de euros), além do pagamento de outros vencimentos aos investidores.
"O Estado do Mali tem a honra de informar os operadores económicos e os parceiros técnicos e financeiros de que toda a dívida pendente do Mali foi saldada", afirma a declaração do ministério.
Os líderes dos países-membros da CEDEAO levantaram as sanções contra o regime militar do Mali no início de julho, incluindo um embargo comercial e financeiro imposto em janeiro, depois de a junta ter divulgado um plano para governar durante cinco anos.
As sanções atingiram duramente o Estado no Sahel, sem litoral, cuja economia já se encontrava tensa por uma insurreição 'jihadista' de uma década. O Mali assistiu a dois golpes militares em agosto de 2020 e maio de 2021.
Devido às sanções, instituições como o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento suspenderam os desembolsos para o Mali, que se encontrava, nomeadamente, em situação de incumprimento, especialmente no mercado financeiro da África Ocidental.
Os coronéis no poder cederam então às exigências da CEDEAO, publicando uma nova lei eleitoral e um calendário que inclui uma eleição presidencial em fevereiro de 2024, um calendário aceite pela organização da África Ocidental.
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