Bolsonaro cita fantasma do comunismo contra Lula da Silva em campanha

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, iniciou hoje a campanha para a reeleição na cidade de Juiz de Fora, onde foi alvo de um atentado em 2018, mencionando a alegada ameaça "comunista" no governo do ex-presidente Lula da Silva.

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Lusa
16/08/2022 18:38 ‧ 16/08/2022 por Lusa

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"Este país não quer retrocessos, não quer ideologia de género nas escolas, não quer liberar drogas. Este país respeita a vida desde sua conceção e não quer o comunismo", disse Bolsonaro em Juiz de Fora, no interior do estado de Minas Gerais.

O Presidente brasileiro escolheu esta cidade para o primeiro ato da campanha que começou hoje porque foi lá que, em 06 de setembro de 2018, foi esfaqueado por um homem um mês antes das eleições que o levaram ao poder.

"É a cidade do meu renascimento, onde minha vida foi salva pelo nosso criador", disse Jair Bolsonaro, que segundo as sondagens de intenção de voto tem apoio de cerca de 30% dos eleitores face ao apoio de 45% dos votos atribuídos a Lula da Silva.

"Começamos onde tentaram nos parar em 2018", disse o Presidente brasileiro referindo-se ao ataque.

O chefe de Estado incentivou depois os brasileiros a encararem o processo eleitoral como "uma luta pela liberdade" e impedir que o "comunismo" se estabeleça no país.

"Eles proclamam justiça social da boca para fora, mas a verdade é muito diferente e levam o povo à miséria", afirmou Bolsonaro, que novamente citou a Venezuela como "prova das escolhas erradas" que os eleitores podem fazer.

Sem citar Lula da Silva uma única vez, Jair Bolsonaro fez alusão aos escândalos de corrupção que marcaram os governos progressistas do Partido dos Trabalhadores (PT), aos quais a multidão reagiu repetidas vezes gritando "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".

O Presidente, capitão da reserva do Exército, lembrou que jurou "dar a vida pelo país como soldado" e afirmou que agora, como cidadão, cumpre o juramento e fará tudo pela liberdade dos brasileiros.

Bolsonaro também reiterou seu apelo para um grande evento nacional em 07 de setembro, por ocasião da comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil.

"No dia 07 de setembro, todos vamos às ruas pela última vez para comemorar, em primeiro lugar, nossa independência e, em segundo lugar, a garantia de nossa liberdade", declarou o Presidente brasileiro.

Também participou do ato a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que vai aderir à campanha para tentar diminuir a rejeição que o Presidente tem entre as mulheres, que representam cerca de 53% dos eleitores.

Evangélica fervorosa, Michelle pediu a "ajuda do bom Deus" e a "proteção do céu, do amor e da paz" contra "um inimigo que só quer roubar, matar e destruir."

A campanha que definirá o próximo Presidente, governadores de estado e parlamentares regionais e federais no Brasil arrancou oficialmente hoje, data em que os candidatos já estão autorizados a apelar ao voto e a iniciar propaganda eleitoral, inclusive na Internet.

Em 26 de agosto, começa o horário eleitoral gratuito nos sistemas de rádio e televisão do Brasil, que vai até 30 de setembro para os candidatos que concorrem na primeira volta.

A fase inicial da campanha eleitoral termina em 01 de outubro, véspera da primeira volta das eleições.

Prevista apenas para cargos executivos, ou seja, para as disputas do governo regional dos 27 estados do país e a Presidência da República, a segunda volta das eleições brasileiras será realizada em 30 de outubro caso nenhum candidato alcance maioria absoluta dos votos válidos na primeira votação.

Leia Também: Brasil. Criança de 10 anos morre em acidente com polícia de folga

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