Cassamá endereçou, esta quarta-feira, ao ministro dos Transportes, Aristides Ocante da Silva, uma carta com um pré-aviso de greve, "após vários esforços na tentativa de encontrar soluções credíveis e paz social no setor" dos transportes.
O líder dos motoristas e transportadores públicos da Guiné-Bissau afirmou que a greve também vai ocorrer na sequência de "incumprimentos de um memorando de entendimento" assinado com o Governo.
Em 2021, após ondas de greves dos transportadores públicos, as duas partes rubricaram um memorando ao abrigo do qual o Governo se comprometeu a acabar com as cobranças do Fundo Rodoviário (imposto de circulação) até que as estradas sejam reparadas, que a Polícia de Trânsito suspenda a cobrança de coimas na via pública, que os pagamentos sejam feitos num guichet e ainda que sejam reduzidas as operações stop.
"Tendo em conta o incumprimento do memorando de entendimento (...) e a falta de vontade do Governo vem a Federação anunciar a greve geral dos transportes terrestres a nível nacional a partir das 00 horas do dia 22 até o dia 26 de agosto de 2022", lê-se na carta que Caram Cassamá enviou ao ministro dos Transportes e a que a Lusa teve acesso.
Na mesma carta, Cassamá avisa que se o Governo não cumprir o memorando de entendimento, a greve poderá continuar "em ondas sucessivas".
Nos últimos dias, alguns transportadores públicos pararam os veículos em sinal de protesto contra uma gigantesca operação stop promovida pelos serviços de Viação e Transportes Terrestres, Alfândegas e Guarda Nacional para exigir um conjunto de documentação aos motoristas e aos carros.
Os transportadores que paralisaram as atividades acusaram as autoridades de lhes causar prejuízos com uma operação realizada em plena época das chuvas.
O diretor geral da Viação e Transportes Terrestres, André Deuna, refutou as críticas dos transportadores e salientou que tudo está a ser feito dentro da lei.
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