"Vamos estar aqui com uma missão que, em princípio, terá 34 observadores", disse Fonseca, admitindo que este número poderá sofrer alterações devido a "alguns problemas de última hora com representantes da Guiné-Bissau".
O ex-presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, que se encontra em Angola a chefiar a missão de observação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) encontrou-se hoje com o candidato do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, na sede do partido, em Luanda.
Jorge Carlos Fonseca explicou que o maior número de observadores estará concentrado em Luanda, mas estarão também noutras províncias como Bengo, Cuanza Norte e Sul, acompanhando a fase final da campanha eleitoral, o processo de votação e o apuramento dos resultados.
"A CPLP não faz um trabalho de muito tempo, observa a parte final da campanha, os processos de votação, o escrutínio e o apuramento", afirmou, adiantando que a missão ficará em Angola até 27 de agosto.
Este é o tempo "que julgámos adequado para ter uma avaliação objetiva, para que tenhamos tempo de articular com outras missões de observação de outras instâncias como a SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral], União Africana ou União Europeia", justificou.
Segundo o ex-chefe de Estado, o foco é esse: "Não podemos fugir aos limites da natureza dessa missão, não podemos intrometer-nos em assuntos ou questões que não tem a ver com a observação eleitoral, são regras".
Sobre o que foi tratado com o candidato do MPLA disse que "não há segredos" e que abordou o processo eleitoral com João Lourenço.
"Dei-lhe informação sobre o que a missão pretende fazer, o número de membros da nossa missão, como é que vamos trabalhar, a distribuição pelas províncias. Trocámos impressões sobre os agentes eleitorais", revelou.
"Estou aqui a convite da CPLP, mas sou um antigo chefe de Estado de Cabo Verde que tem relações de muita amizade, muita fraternidade com Angola, conheço bem o Presidente Joao Lourenço que agora é candidato e trocámos algumas impressões, essencialmente troca de informações", complementou Jorge Carlos Fonseca.
As eleições gerais angolanas, quinto escrutínio da história política do país, estão marcadas para 24 de agosto e contam com candidaturas de oito formações políticas, que estão em campanha eleitoral desde 24 de julho.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.
Leia Também: "Um dos problemas fundamentais de Angola é discutir poder e não política"