O cidadão britânico, El Shafee Elsheikh, membro de uma célula do Estado Islâmico foi condenado, esta sexta-feira, no estado norte-americano da Virgínia, a prisão perpétua pelo seu papel em raptar cerca de 20 ocidentais há uma década, resultando na morte de quatro americanos.
O homem, de 34 anos, foi apelidado como 'Beatle', um nome dado ao grupo de quatro terroristas devido ao seu sotaque britânico.
El Shafee Elsheikh foi considerado culpado em abril por acusações relacionadas à morte de quatro reféns americanos: James Foley, Steven Sotloff, Peter Kassig e Kayla Mueller.
Todos os reféns, exceto Mueller, foram executados em decapitações gravadas em vídeo e partilhadas online. Mueller foi ainda forçada à escravidão e violada várias vezes pelo líder do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi antes de ser também morta.
Nesta altura, mais de 20 reféns, jornalistas e trabalhadores humanitários dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha, Itália, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Bélgica, Japão, Nova Zelândia e Rússia foram capturados de 2012 a 2015, quando o Estado Islâmico controlava grande parte do Iraque e da Síria.
Durante o julgamento, Elsheikh confessou o seu papel na captura de reféns para interrogatórios e entrevistas, mas apenas reconheceu recolher endereços de email e fornecer provas de vida às famílias dos mesmos como parte das negociações de resgate.
Os promotores, provaram porém que o condenado estava muito mais envolvido do que isso e que tinha realizado torturas com dois amigos que conhecia desde o seu tempo no Reino Unido, Alexanda Kotey e Mohammed Emwazi .
Emwazi, que realizou as execuções, foi morto num ataque com recurso a um drone. Já Kotey e Elsheikh foram capturados juntos em 2018 e levados para Virgínia, nos EUA, em 2020 para serem julgados. Kotey declarou-se culpado em abril passado num acordo para prisão perpétua que deixa em aberto a possibilidade de que a possa cumprir no Reino Unido depois de 15 anos. Elsheikh só agora foi condenado também a perpétua.
Outro membro deste grupo, Aine Davis, foi acusado e apresentado à justiça do Reino Unido na semana passada em Londres, depois de ter sido expulso da Turquia.
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