Erdogan quer reunir Putin e Zelensky na Turquia

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, voltou hoje a oferecer-se como anfitrião para um possível encontro entre os chefes de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Rússia, Vladimir Putin.

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© REUTERS/Bernadett Szabo

Lusa
22/08/2022 19:57 ‧ 22/08/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"O nosso objetivo é trazer Putin e Zelensky ao nosso país, esperemos que num futuro não muito distante", disse Erdogan após uma reunião do Governo turco, defendendo assim a intenção de Ancara de que russos e ucranianos aproximem posições, segundo a agência Anatólia.

A Turquia já desempenhou o papel de mediadora no acordo que permitiu voltar a exportar cereais a partir da Ucrânia, "um feito essencial para a humanidade", nas palavras de Erdogan.

A ONU, que também participou nesse acordo, considera que foi fundamental para garantir a segurança alimentar mundial.

Na semana passada, Erdogan e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, mantiveram na Ucrânia um encontro trilateral com Zelensky, no qual debateram o acordo para exportar cereais e também as perspetivas diplomáticas para pôr fim ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura há seis meses.

Zelensky deixou claro que não haverá quaisquer negociações até que a Rússia retire as suas tropas do território ucraniano e, do lado russo, também não foi expressa qualquer intenção de entabular um diálogo de alto nível, pelo que parece afastada a curto prazo a hipótese de um encontro entre os dois Presidentes.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Na guerra, que hoje entrou no seu 180.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.

Leia Também: Putin e Erdogan decidem reforçar cooperação económica e energética

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