Iémen. Forças apoiadas por Emirados Árabes Unidos tomam província

As forças do movimento secessionista do sul do Iémen, apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos, tomaram hoje pacificamente o controlo da província meridional de Abyan, nas mãos dos seus aliados do Governo iemenita internacionalmente reconhecido, segundo diversas fontes.

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Lusa
23/08/2022 21:13 ‧ 23/08/2022 por Lusa

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Iémen

 

O comandante do separatista Conselho de Transição do Sul (CTS), Mukhtar al-Nubi, anunciou num discurso transmitido pela televisão que as suas forças tomaram Abyan sem quaisquer confrontos com as tropas governamentais apoiadas pela coligação militar liderada pela Arábia Saudita, com as quais têm combatido os rebeldes Huthis.

"As nossas forças estão completamente mobilizadas na província de Abyan, e só resta menos de 10%" do território, disse o comandante no seu discurso, no qual afirmou que as tropas separatistas conquistaram a zona "sem derramar uma gota de sangue nem disparar uma bala".

Al-Nubi acrescentou igualmente que a tomada da província foi efetuada "em coordenação" com as forças governamentais ali estacionadas, sem fornecer mais pormenores.

O comandante indicou que as suas forças continuarão a assumir o controlo de outras províncias do sul do país, nas quais nos últimos meses houve intensos combates, com dezenas de mortos, entre ambas as fações leais ao Governo iemenita.

Fontes militares do Governo iemenita em Abyan confirmaram que as forças governamentais se retiraram da província e se dirigiram para Marib, atualmente a principal frente de batalha com os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.

Nos últimos três anos, o CTS confrontou-se várias vezes com o Governo pelo controlo do sul.

No sábado, as forças pró-Emirados tomaram uma importante estação de bombeamento de petróleo e gasodutos, após expulsarem as forças governamentais da província meridional de Shabua.

A tensão entre as duas fações do Governo deve-se principalmente às aspirações de secessão do CTS, grupo que os Emirados Árabes Unidos apoiam, apesar de fazer parte da aliança militar liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes Huthis.

O Iémen tornou-se palco de uma guerra em finais de 2014 entre os rebeldes Huthis, apoiados por Teerão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que em março de 2015 seria apoiado por uma coligação militar internacional árabe, liderada pela Arábia Saudita.

A ONU considera que esta guerra, que causou mais de 100 mil mortos, sobretudo civis, provocou a pior crise humanitária do mundo.

Em outubro de 2020, a edição anual do Índice Global da Fome (IGF) já colocava o Iémen entre os países no mundo que mostravam níveis alarmantes de fome.

Leia Também: ONU anuncia extensão de cessar-fogo no Iémen por mais dois meses

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