Putin dá apoio a crianças em escolas controladas por russos na Ucrânia
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou hoje o pagamento de 10.000 rublos, cerca de 167 euros, aos pais de crianças inscritas em escolas controladas pela Rússia nas regiões da Ucrânia dominadas por forças russas ou pró-Moscovo.
© Lusa
Mundo Rússia/Ucrânia
O Presidente russo aprovou hoje esta ordem para o ano letivo 2022/2023 em Lugansk e Donetsk, repúblicas no Donbass ucraniano cuja independência Moscovo reconheceu, bem como em Zaporijia e Kherson, no sul do país vizinho, e em Kharkiv, no leste, informou o Kremlin.
Putin instruiu o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, a coordenar com as administrações militares e civis destas regiões o pagamento único de 10.000 rublos aos pais de crianças entre os 6 e os 18 anos que residem nestas províncias "se começarem até 15 de setembro a estudar em instituições de ensino localizadas nestes territórios".
A Rússia controla praticamente toda a região de Lugansk, enquanto nas outras províncias o faz maioritariamente ou parcialmente.
No entanto, instalou nas suas administrações pró-russos com os quais pretende reforçar a sua presença nos territórios ocupados ou "libertados", como a Rússia normalmente define o seu controlo sobre estas regiões ucranianas.
As autoridades pró-russas de Donetsk e Lugansk, bem como Kherson e Zaporijia, anunciaram planos para a realização de um referendo sobre a sua adesão à Federação Russa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
Na guerra, que hoje entrou no seu 182.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
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