"Neste momento registámos nove ataques de artilharia pelas formações armadas do Exército ucraniano nos arredores da cidade de Enerhodar, perto da central", afirmou a administração local na plataforma Telegram, segundo a Efe.
Os ataques terão sido realizados com recurso a peças de artilharia de calibre 155 milímetros fornecidas a Kyiv pelos Estados Unidos da América.
Durante a noite, outros cinco bombardeamentos atingiram a área perto daquela que é a maior central nuclear da Europa e que está sob ataque há várias semanas, com os dois lados a acusarem-se mutuamente de perpetrarem estas ofensivas.
Também no Telegram, a Energoatom disse que o segundo reator da central foi agora ligado novamente à rede geral, depois de as unidades terem sido desligadas, pela primeira vez na sua história, na quinta-feira devido aos ataques contínuos.
"A central de Zaporijia, apesar das numerosas provocações perpetradas pelos ocupantes, continua a funcionar no sistema energético da Ucrânia e a satisfazer as necessidades elétricas do país", assinalou a Energoatom, que apelidou de "heróis" os operadores da central por continuarem a trabalhar.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu na noite de sexta-feira à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para chegar "o mais depressa possível" à central para evitar novos riscos.
"A situação continua a ser muito arriscada e perigosa. Qualquer repetição dos acontecimentos de ontem [quinta-feira], ou seja, qualquer desconexão da central da rede, qualquer ação da Rússia que possa desencadear o encerramento dos reatores, aproximará novamente a central da catástrofe", afirmou, no tradicional discurso noturno.
A Rússia bloqueou na sexta-feira um acordo na 10.ª conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), no final de quase um mês de discussões, e depois de várias horas de prolongado debate em busca de um consenso.
Também na sexta-feira, a AIEA prometeu enviar "muito em breve" uma missão para examinar a segurança da central nuclear.
A Rússia iniciou a sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro e a guerra está atualmente paralisada com tropas dos dois países em combates isolados em partes do sul e leste do país.
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