"As forças armadas ucranianas lançaram ações ofensivas em várias frentes do sul", disse Nataliya Humenyuk, chefe do Centro de Imprensa da Coordenação Conjunta das Forças de Defesa do Sul da Ucrânia, citada pelo jornal Ukrainska Pravda.
"As forças inimigas são bastante poderosas, estão a mover-se para aí há muito tempo, reunindo reservas militares, equipamentos... Mas as nossas medidas prévias, o que chamamos de controlo de fogo sobre a logística inimiga, funcionaram", acrescentou a porta-voz.
"Destruímos armazéns com munições, destruímos concentrações de equipamento militar e destruímos as instalações de defesa aérea. Tudo isso enfraqueceu definitivamente o inimigo", acrescentou Humeyuk, que, ainda assim, reconheceu que "é muito cedo para relaxar".
O grupo tático-operacional Kakhovka do Exército ucraniano garantiu, por sua vez, que o Regimento 109 da autoproclamada república pró-russa de Donetsk se retirou das suas posições na região de Kherson e que os pára-quedistas russos, que os apoiaram, deixaram o campo de batalha.
A porta-voz ucraniana também deixou um aviso à população civil, dizendo que "se não houve, ou se não há ainda, oportunidade de evacuar as cidades onde pode haver hostilidades ativas, as pessoas devem procurar refúgio e esperar".
Perante os ataques ucranianos, a administração cívico-militar criada pela Rússia em Nóvaya Kakhovka, na região de Kherson, ordenou hoje a saída de habitantes para abrigos antiaéreos, devido ao aumento dos ataques de mísseis ucranianos.
"Declaramos a evacuação. As pessoas estão nos abrigos antiaéreos da cidade, porque as sirenes (de alerta aéreo) não param de soar", justificou o chefe da administração cívico-militar de Nóvaya Kakhovka, Vladimir Leóntiev, citado pela agência russa TASS.
Leóntiev acrescentou que, nas últimas horas a cidade, controlada por tropas russas desde março passado, sofreu "mais de uma dezena de ataques de mísseis", mas garantiu que a central hidroelétrica de Nóvaya Kakhova continua a funcionar.
"A zona da central está sob ataque contínuo. O canal da eclusa, estradas e edifícios na zona foram danificados, mas a central continua a funcionar", disse o responsável russo.
Nesta área existem apenas três pontes e uma delas é da barragem de Nóvaya Kakhovka, todas sob fogo quase constante das forças ucranianas, que tentam cortar as rotas pelas quais as tropas russas são abastecidas na margem direita do rio Dnieper.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
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