O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou, este sábado, a Rússia de querer “intimidar” a Europa e “destruir a vida normal de todos os europeus” ao encerrar o Nord Stream, o principal gasoduto que faz a ligação entre a Rússia e a Europa.
As declarações do chefe de Estado ucraniano surgem após a petrolífera russa Gazprom ter suspendido, hoje, o fornecimento à Europa, devido a "fugas de óleo" detetadas numa turbina durante a operação de manutenção da única unidade compressora que ainda estava em funcionamento.
Para Zelensky, o encerramento do gasoduto - que deveria reabrir hoje depois de vários dias encerrado - é uma forma de a Rússia “tentar aumentar ainda mais a pressão energética na Europa”.
“Porque é que o fazem? A Rússia quer destruir a vida normal de todos os europeus - em todos os países do nosso continente. Quer enfraquecer e intimidar toda a Europa, todos os Estados. Onde a Rússia não o pode fazer pela força das armas convencionais, fá-lo pela força das armas energéticas”, considerou o responsável, na sua comunicação diária ao país.
“Está a tentar atacar com a pobreza e o caos político onde ainda não pode atacar com mísseis”, acrescentou ainda, defendendo que, para a Europa se “proteger contra” a Rússia, é “preciso ainda mais unidade, ainda mais coordenação e ainda mais ajuda uns para os outros”.
“Este inverno, a Rússia prepara-se para um ataque energético decisivo contra todos os europeus. E as respostas-chave a isto devem ser duas coisas. Primeiro, a nossa unidade - unidade na proteção contra o Estado terrorista. Segundo, aumentar a nossa própria pressão sobre a Rússia - isto inclui aumentar as sanções a todos os níveis, e limitar as receitas de petróleo e gás da Rússia”, frisou.
Ainda ontem, o presidente ucraniano defendeu - após os ministros das Finanças do G7 concordarem em impor um limite de preço ao petróleo russo - que a mesma medida deveria ser aplicada também ao preço do gás.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de 5.600 civis morreram e oito mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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