"Brasil terra prometida. Rio de Janeiro, pedaço deste paraíso. Obrigado a Deus pela minha segunda vida. Obrigada pela missão que me deste para comandar estas grande nação", declarou o Presidente brasileiro no início de um discurso diante de milhares de apoiadores que pintaram de verde e amarelo a praia de Copacabana, um dos cartões postais mais conhecidos do Brasil.
"Não sou muito bem-educado, falo palavrões nas não sou ladrão", frisou o chefe de Estado referindo-se ao seu principal adversário na corrida presidencial, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
"Problemas não faltaram para o mundo todo em especial na economia, lamentamos todas as mortes [na pandemia], mas na economia o nosso Governo deu exemplo. Somos hoje referência para o mundo todo (...) No Brasil de hoje os números na economia invejam o mundo. Teremos inflação sim, mas muito menos do que na Europa é nos Estados Unidos", defendeu Bolsonaro ao listar o que considera serem feitos de sua gestão para seus eleitores.
O chefe de Estado brasileiro também exaltou valores conservadores frisando cristão, defensor da vida desde a conceção e contrário a legalização das drogas.
Bolsonaro voltou a atacar a Venezuela, Argentina, Nicarágua e outros países governados por políticos de esquerda e referiu diretamente a Lula da Silva uma vez ao chamá-lo de "nove dedos" para depois afirmar que as pessoas que preferem partidos de esquerda "são cabeças vazias que não tem nada a acrescentar."
"Eu não quero mal para estas pessoas, quero o bem delas. Elas têm que ter a verdade, o conhecimento para estarem do lado certo", disparou.
Ignorando suspeitas contra si, membros de sua família e aliados políticos, o Presidente brasileiro reiterou que seu Governo trata o povo com respeito e que o Brasil estará "três ano e meio sem corrupção."
"O conhecimento nos faz ganhar alturas, o conhecimento garante a nossa liberdade. Hoje vocês sabem como é difícil o Presidente da República e defender este bem maior que é a nossa liberdade. Se você perder liberdade você perdeu tudo na vida", frisou Bolsonaro depois de se referir aos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) que considera atuarem contra o seu Governo.
O Presidente brasileiro chegou a Copacabana e subiu num camião de som com o filho e senador Flávio Bolsonaro, o candidato a vice-presidência e general Walter Braga Netto, o empresário Luciano Hang e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Enquanto ele desfilava em direção ao camião seus apoiantes gritavam "mito" para recebê-lo.
Nas varandas dos prédios na Avenida Atlântica, em Copacabana, 'bolsonaristas' balançavam bandeiras do país.
Antes de o chefe de Estado falar com seus apoiantes, a multidão que o aguardava na praia cantou o hino nacional brasileiro inúmeras vezes de forma emocionada enquanto acompanhava saltos de paraquedistas do Exercito, disparos de canhões e apresentações aéreas da Esquadrilha da Fumaça.
Ataques ao principal rival de Bolsonaro nas eleições, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, também aconteciam com recorrência quando a multidão dizia que o lugar do candidato progressista era na prisão ou quando defendia que a bandeira brasileira jamais será vermelha em alusão a cor do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em alguns momentos os oradores nos camiões presentes no ato exaltavam Deus e pediam aos 'bolsonaristas' que fizessem orações e erguessem o telemóvel.
As comemorações do bicentenário da independência do Brasil, que se assinala hoje, decorrem quando está em curso a campanha oficial para as eleições presidenciais brasileiras de 02 de outubro, com uma eventual segunda volta em 30 de outubro, às quais são candidatos, entre outros, Jair Bolsonaro e Lula da Silva.
Segundo a média das sondagens divulgadas no Brasil, Lula da Silva lidera a corrida presidencial com mais de 44% das intenções de voto, seguido de Bolsonaro, que tem mais de 30% do apoio até ao momento.
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