Fontes do Ministério disseram ao canal holandês RTL Nieuws que o governo vai concentrar-se no regresso dos sírios com estatuto de asilo, ajudando "na medida do possível os que desejam regressar agora".
Para além do regresso voluntário, o regresso forçado também está a ser considerado, embora não seja claro se isso afetará os requerentes de asilo que ainda aguardam a sua autorização de residência ou também os refugiados sírios que já estejam legalmente estabelecidos no país.
"Tal como a Alemanha e outros países, vamos garantir que, tão cedo quanto possível, processaremos os regressos forçados", acrescentou.
Na Alemanha, planeia-se que os sírios que estão desempregados ou não falam alemão sejam enviados para o seu país.
No entanto, qualquer decisão a este respeito não será tomada de imediato, mas apenas quando estiver clarificada a situação na Síria, na sequência da queda do regime do Presidente Bashar al-Assad no início de dezembro.
Atualmente, vivem na Holanda cerca de 150.000 sírios.
Neste momento, a reavaliação e subsequente revogação das permissões nos Países Baixos não estão em discussão. A reavaliação só acontecerá quando houver um entendimento claro da nova situação" na Síria sublinharam as fontes do Ministério ao canal holandês RTL Nieuws.
Desde 09 de dezembro que existe uma "moratória", ou seja, não estão a ser processados novos pedidos de asilo, mas aqueles que tiveram o seu pedido negado também não estão a ser forçados a abandonar o país.
Nenhum sírio foi deportado nos últimos anos devido à falta de segurança no país e porque os Países Baixos romperam todos os laços diplomáticos com o regime de Al-Assad.
Já em outubro, antes da queda de Al-Assad, a ministra Faber tinha anunciado que iria identificar "zonas seguras" na Síria para enviar os requerentes de asilo dessas zonas, ao mesmo tempo que considerava a possibilidade de revogar as autorizações de residência dos refugiados sírios já legalmente estabelecidos.
No entanto, este plano foi suspenso até que a mudança de regime na Síria seja esclarecida e o Ministério dos Negócios Estrangeiros declare o território sírio como "seguro".
Além disso, devem ser feitos acordos com as autoridades sírias para aceitar os refugiados que serão forçados a voltar e também não é claro se a embaixada neerlandesa em Damasco será reaberta.
Questionado sobre este assunto, um porta-voz da Comissão Europeia sublinhou que Bruxelas está "a monitorizar constantemente a situação de segurança na Síria", que permanece "instável", alertando que "embora todos os refugiados tenham o direito de regressar, este deve ser voluntário, seguro e digno."
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