O procurador do Estado de Nova Iorque para Manhattan, Alvin Bragg, anunciou a devolução ao "povo egípcio" de 16 antiguidades no valor de "mais de quatro milhões de dólares" (cerca de quatro milhões de euros), durante uma cerimónia com o cônsul-geral egípcio Howaida Essam Mohamed.
Na terça-feira, durante uma cerimónia semelhante, 58 obras de arte tinham sido devolvidas à Itália.
"A restituição de hoje [quarta-feira] mostra a extensão das redes de tráfico de antiguidades", denunciou Bragg, garantindo que rejeita que "traficantes e mercenários usem Manhattan para lucrar com obras de arte roubadas".
Nove das peças estavam na posse de Michael Steinhardt, "um dos maiores colecionadores de arte antiga do mundo", detalhou o procurador.
O octogenário norte-americano foi obrigado em 2021 pela justiça a devolver cerca de 180 antiguidades roubadas nas últimas décadas, num valor total de 70 milhões de dólares.
O acordo permitiu que o norte-americano escapasse das acusações, mas este ficou, no entanto, proibido para toda a vida de adquirir obras no mercado legal de arte.
Outras cinco peças foram apreendidas em maio e junho num dos maiores museus do planeta, o Metropolitan Museum of Art (Met), com um valor de 3,1 milhões de dólares.
Esta operação resultou de uma investigação entre Nova Iorque e Paris, que levou à acusação em França do antigo presidente do Louvre, Jean-Luc Martinez.
As cinco antiguidades apreendidas no Met foram saqueadas de sítios arqueológicos no Egito, contrabandeadas da Alemanha ou Países Baixos para a França e vendidas ao Met pela empresa parisiense Pierre Bergé & Associés, realçou o procurador de Manhattan.
Jean-Luc Martinez, que contesta os factos, é acusado pela justiça francesa de ter feito 'vista grossa' para os falsos certificados de origem das moedas egípcias.
A investigação parisiense procura estabelecer se, entre centenas de peças saqueadas durante a Primavera Árabe em 2011, algumas foram adquiridas pelo Louvre Abu Dhabi.
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