"É encorajador assistir aos sucessos que a Ucrânia garantiu nos últimos dias, designadamente devido às armas alemãs", declarou a ministra perante os 'media'.
A contraofensiva desencadeada por Kyiv "demonstra a importância de colocar rapidamente à disposição da Ucrânia outros equipamentos militares", acrescentou.
O chanceler Olaf Scholz também defendeu o apoio do seu país à Ucrânia.
"Ajudamo-los (...) porque apoiamos o seu combate", declarou num discurso, ao enumerar as diversas formas do apoio germânico à Ucrânia, desse o envio de armamento ao treino militar de tropas ucranianas.
"Entregamos armas, mas também as enviadas pelos nossos aliados contribuíram para que as cosias estejam a decorrer de forma diferente da prevista pelo Presidente russo", acrescentou.
Lambrecht anunciou o envio de dois novos lança-foguetes múltiplos Mars-II, e ainda 200 foguetes. A Ucrânia também vai usufruir de 50 veículos de transporte todo-o-terreno de tipo Dingo.
No entanto, a Alemanha não considera no atualmente momento proceder ao envio dos tanques de combate Leopard-2, apesar das diversas insistências da Ucrânia.
Berlim continua a prosseguir um sistema de envios circular. Assim, a Grécia vai receber blindados alemães de tipo Marder, também pedidos por Kyiv, e Atenas vai entregar à Ucrânia "muito em breve" blindados mais antigos, ainda segundo Lambrecht.
"É importante para mim precisar claramente que estas entregas não vão enfraquecer a Bundeswehr [o exército alemão]", explicou a ministra.
"Estamos em condições de assegurar a defesa da Aliança [NATO] e do país e é importante para mim que os nossos aliados no flanco leste possam contar connosco para mantermos as nossas promessas", disse ainda a ministra da Defesa.
O Governo alemão foi criticado nos últimos dias, em Kyiv e em Berlim, devido às reticências em entregar carros de combate, e que poderiam contribuir para fazer a diferença em plena ofensiva ucraniana.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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