Fações palestinianas retomam diálogo de reconciliação na Argélia

As fações políticas palestinianas, grupo islâmico Hamas e partido secular Fatah incluídos, confirmaram hoje que se reunirão em outubro na Argélia para retomar o diálogo de reconciliação nacional, interrompido há 15 anos num contexto de revolta sangrenta.

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Lusa
18/09/2022 23:00 ‧ 18/09/2022 por Lusa

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Palestina

 

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"O objetivo de retomar o diálogo de reconciliação é acabar com a divisão interna e recuperar a unidade entre os palestinianos para fazer frente à atual política israelita", declarou Wasel Abu Yousef, membro da comissão executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que historicamente agrupou a maior parte das fações palestinianas.

As reuniões, que começarão a 2 de outubro, por iniciativa do Presidente argelino, Abdelmajid Tebboune, contarão com a participação de 14 fações palestinianas, incluindo os líderes da Fatah, do Hamas e da Jihad Islâmica Palestiniana (YIP), precisou o responsável da OLP à imprensa na cidade cisjordana de Ramallah.

O Hamas, que governa 'de facto' a Faixa de Gaza desde 2007, confirmou que Khalil al-Haya, membro do seu gabinete político, liderará a sua delegação à reunião na Argélia.

A Fatah, liderada pelo Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, e que governa áreas reduzidas da Cisjordânia ocupada, por meio da Autoridade Palestiniana, confirmou através de Azam el-Ahmad, membro do comité central do partido e encarregado do diálogo com o Hamas, que foi convidada para o evento.

Os partidos islâmicos como o Hamas e a Jihad Islâmica Palestiniana, considerados terroristas pelos Estados Unidos da América, a União Europeia e Israel, não integram a OLP, que é maioritariamente controlada pela Fatah.

A luta pelo poder entre o Hamas e a Fatah atingiu o seu auge em 2007, quando o grupo islâmico assumiu o controlo absoluto da Faixa de Gaza, em 15 de junho de 2007, e abandonou o Governo de unidade nacional acordado meses antes, após cinco dias de luta fratricida, batizada como "Batalha de Gaza", que fez cerca de 120 mortos.

Tal culminou com a expulsão do enclave de todos os funcionários ligados à Fatah, a rutura do Hamas com a Autoridade Palestiniana, a divisão do território palestiniano e a polarização do seu povo.

Desde então, as disputas com a Fatah e o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza mantêm os habitantes do território isolados, empobrecidos e sem expectativas de mudança.

Nos últimos 15 anos, não se realizaram eleições nem na Faixa de Gaza nem na Cisjordânia.

A Argélia e o Egito querem obter a reconciliação palestiniana antes da realização da cimeira da Liga Árabe, em novembro, pelo que o Governo argelino recebeu, nas últimas semanas, representantes das várias fações palestinianas para preparar o diálogo.

A anterior sessão de diálogo decorreu no Cairo em 2016, e a aplicação dos acordos alcançados foi impedida pelas profundas divergências em questões relacionadas com a segurança e a cobrança de impostos na Faixa de Gaza.

Leia Também: EUA apoiam Israel na decisão de não julgar soldado que matou jornalista

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