Guerra na Ucrânia foi "escolhida por um homem", acusa Biden

O presidente norte-americano acusou a Rússia de, "sem vergonha", violar a carta das Nações Unidas, considerando que o conflito na Ucrânia foi "escolhido por um homem".

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Daniela Filipe
21/09/2022 16:36 ‧ 21/09/2022 por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

Perante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente norte-americano, Joe Biden, começou por realçar as "grandes revoluções" do último ano, entre elas a "crescente crise alimentar", assim como "na segurança e na energia", mencionando ainda fenómenos como "cheias, calor, Covid-19, e inflação", e, por fim, "uma guerra brutal, indesejada, desnecessária, escolhida por um homem".

"Vamos dizer as coisas como elas são. Um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU invadiu o seu vizinho, tentando apagar um estado soberano do mapa. A Rússia, sem vergonha, violou a carta das Nações Unidas. Há uma proibição clara de que os países assumam o território do vizinho pela força", começou por lançar o chefe de Estado, realçando que, "hoje, o presidente Putin fez mais ameaças nucleares contra a Europa, desconsiderando as responsabilidades de um regime de não proliferação".

O presidente norte-americano recordou ainda que a Rússia iniciou um processo de mobilização de mais soldados para a linha da frente, enquanto o Kremlin organiza "referendos fictícios para retirar território à Ucrânia, em violação muito significativa da carta da ONU".

"Putin diz que agiu porque havia uma ameaça à Rússia, mas ninguém ameaçou a Rússia. E ninguém além da Rússia procurou um conflito. Na verdade, tínhamos avisado que isto ia acontecer, e trabalhámos com muitos para o evitar. As próprias palavras de Putin não deixam margem para dúvidas: antes da invasão, disse, e passo a citar, que a 'Ucrânia foi criada pela Rússia, e  nunca teve um verdadeiro estatuto de Estado", apontou.

Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca pode ser travada”, acrescentou.

Biden não deixou de mencionar os ataques a escolas, hospitais, e instituições da Ucrânia, que representam "ainda mais provas dos crimes de guerra horríveis cometidos pela Rússia".

Assim, na sua ótica, "esta guerra tem como objetivo extinguir o direito de existência da Ucrânia como Estado", independentemente das suas crenças.

"Isto deveria fazer o vosso sangue gelar. É por isso que 141 nações na Assembleia-Geral se juntaram para condenar, sem qualquer dúvida, esta guerra da Rússia contra a Ucrânia", elencou, recordando a "ajuda massiva" dos Estados Unidos para com aquele país invadido, que afirma estarem a trabalhar na implementação de mais sanções e na responsabilização da Rússia pelos ataques cometidos.

Se as nações podem prosseguir as suas ambições territoriais sem consequências, pomos em risco tudo aquilo que esta mesma instituição defende. Tudo!”, sublinhou, reforçando, uma vez mais, que os Estados Unidos estão "ao lado da Ucrânia", desejando que "esta guerra acabe em termos justos" e defendidos por todos.

"Não se pode apropriar um território de uma nação à força. O único país que está no caminho disto é a Rússia. Por isso, cada um dos que aqui estão, estão determinados a defender os princípios em que acreditamos, e que prometemos defender, como membros da ONU. Temos de ser claros, firmes, e resolutos na nossa decisão. A Ucrânia tem os mesmos direitos que qualquer nação soberana", indicou, assinalando que os Estados Unidos continuam determinados a defender a democracia não só no seu território, mas em todo o mundo.

"A democracia é o instrumento da humanidade para defender aos desafios dos nossos tempos", rematou.

[Notícia atualizada às 16h58]

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