O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita anunciou hoje que a Rússia transferiu 10 prisioneiros de guerra de vários países, incluindo Estados Unidos e Reino Unido, para a Arábia Saudita, como parte de uma troca de prisioneiros entre Moscovo e Kiev.
Os prisioneiros, também da Suécia, Marrocos e Croácia, chegaram à Arábia Saudita vindos da Rússia.
As autoridades sauditas "estão a trabalhar para facilitar os procedimentos para o seu regresso em segurança aos respetivos países", adiantou o ministério em comunicado.
Esta troca foi facilitada pelos esforços do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, que "continua a empreender iniciativas humanitárias no contexto da crise russo-ucraniana", acrescentou a mesma fonte.
O ministério não especificou a identidade dos prisioneiros, a data de chegada ou a data de regresso aos países de origem.
"Uma notícia extremamente bem-vinda: cinco cidadãos britânicos detidos pelos pró-russos no leste da Ucrânia foram repatriados sãos e salvos", indicou Truss em mensagem no Twitter.
A chefe da diplomacia britânica, que se encontra em Nova Iorque no âmbito da 77ª sessão da Assembleia geral da ONU -- e onde deverá manter ainda hoje um encontro bilateral com o Presidente dos EUA Joe Biden --, agradeceu em simultâneo ao Presidente ucraniano e à Arábia Saudita pela sua "assistência" no âmbito da troca de prisioneiros entre Moscovo e Kiev.
Dois militares norte-americanos que desapareceram enquanto lutavam ao lado das forças ucranianas contra a Rússia foram libertados após cerca de três meses em cativeiro, segundo informaram os familiares.
"Eles estão sob custódia da embaixada dos Estados Unidos na Arábia Saudita e, após exames médicos e interrogatórios, regressarão ao país", adiantaram as famílias numa declaração conjunta, sem referir especificamente se as libertações fizeram parte da troca de prisioneiros.
Alex Drueke, de 39 anos, e Andy Huynh, de 27 anos, ambos do Alabama, desapareceram após a sua unidade ter sido atacada em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, em 09 de junho.
Os dois militares viajaram para território ucraniano sozinhos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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