"Há um reconhecimento geral de que o regime precisa de sentir mais pressão", considerou Derek Chollet.
Chollet apontou, em particular, o bombardeamento de uma escola que matou pelo menos 11 crianças há alguns dias, bem como a execução, em julho, de quatro presos políticos pela junta que tomou o poder em fevereiro de 2021.
À margem da Assembleia-Geral da ONU, a decorrer em Nova Iorque, esta semana, o responsável indicou ter mantido conversações com outros governos e com representantes do "governo de unidade nacional" de Myanmar, composto por membros do partido da antiga líder detida Aung San Suu Kyi. Também manteve conversações remotas com grupos étnicos minoritários armados.
Chollet e representantes de outros países discutiram uma possível resolução do Conselho de Segurança, mas os esforços estão numa "fase inicial".
"Pensamos que é importante tentar", acrescentou o responsável norte-americano, observando que era necessário "ser realista", dado o poder de veto da Rússia e da China, aliados dos militares birmaneses.
O Conselho de Segurança realizou uma reunião à porta fechada sobre Myanmar, na semana passada.
Derek Chollet também exortou outros governos a "não atribuir qualquer credibilidade" às eleições que a junta está a planear para agosto do próximo ano. "Disse-lhes que não vemos qualquer hipótese destas eleições serem livres e justas", salientou.
O relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos em Myanmar Thomas Andrews tinha já afirmado que a junta está a planear "eleições manipuladas" e denunciou "uma fraude".
Depois de uma década de democracia, o governo civil da prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi foi derrubado num golpe militar em fevereiro de 2021.
De acordo com a Associação de Assistência aos Presos Políticos, uma organização não-governamental (ONG) que recolhe informações sobre os ataques da junta, quase 2.300 civis morreram em operações das forças de segurança birmanesas.
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