O encontro, promovido pelas redes de televisão SBT e CNN, o jornal 'Estadão'/Rádio Eldorado, o site Terra, a revista Veja e a Rádio Nova Brasil FM, contou com a presença dos candidatos Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke, Luís Felipe D'Ávila e o Padre Kelmon.
Todos criticaram Lula da Silva, líder das sondagens, que foi convidado, mas preferiu cumprir eventos de campanha em São Paulo ao invés de particpar no debate.
Bolsonaro afirmou que Lula da Silva não tem um compromisso com a população por ter faltado ao debate.
"Você imagina, você contrataria, você aí na sua casa contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Esse é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não merece seu voto de maneira nenhuma. Ele não veio sequer à entrevista de emprego", disparou a candidata Soraya Tronicke, da União Brasil (direita).
"Mas o facto, no Brasil, meu irmão, meus irmãos brasileiros, é o que nos impõe refletir nessa noite em que estamos aqui, menos o candidato Lula, que não veio por estar com salto alto, acha que já ganhou, e, portanto, desrespeita todos nós, seus oponentes", destacou Ciro Gomes.
Bolsonaro e um candidato estreante chamado Padre Kelmon, que se identifica como clérigo ortodoxo, mas que os medias locais dizem não ser ligado a nenhuma Igreja - que teve sua candidatura pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) confirmada no início deste mês - fizeram uma dobradinha ideológica em diversos momentos.
Inicialmente falaram sobre perseguições a cristãos na Nicarágua, associando o Presidente do país caribenho, Daniel Ortega, aos partidos de esquerda do Brasil, especialmente o Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula da Silva, e depois Bolsonaro e Padre Kelmon fizeram uma defesa dos projetos sociais do Governo.
Padre Kelmon fez vários elogios a Bolsonaro e disse que o debate era de "cinco contra dois", referindo-se aos demais candidatos contra si e ao Presidente.
Num momento irreverente, Padre Kelmon associou o feminismo à defesa do aborto e perguntou se a candidata Simone Tebet era a favor do aborto porque se autodeclara feminista.
Simone Tebet, do partido de centro direita Movimento Democrático Brasileiro (MDB), disse ser pessoalmente contra o aborto e alegou que o conceito de feminismo exposto pelo candidato era muito diferente do seu.
D'avila criticou o PT em quase todas as suas participações --- ainda que a pergunta tivesse a ver com o atual Governo -- e também atacou Lula da Silva por não comparecer ao debate.
"Chega de Lula da Silva, chega desse Barrabás que vem assaltando a Republica brasileira", disparou D'Ávila.
As candidatas mulheres usaram grande parte do tempo para atacar Bolsonaro.
Simone Tebet questionou o Presidente brasileiro sobre o corte de dinheiro destinado à compra de alimentos para alimentar crianças nas escolas, o que Bolsonaro respondeu dizendo que o orçamento do Governo é feito com o Congresso onde ela atua como senadora.
Soraya Tronicke citou o corte de verbas para construção de casas populares e outros programas sociais para manter o orçamento secreto, nome dado a um montante do orçamento do Executivo brasileiro entregue ao Exército e para a cúpula do Congresso em troca de apoio aos projetos do Governo.
"O que é o que é, não reajusta merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado, tira remédio da farmácia popular, mas mantém a compra de viagra, não compra vacina para a covid-19, mas distribui prótese peniana para os amigos?", afirmou Soraya Tronicke.
As eleições presidenciais no Brasil têm a primeira volta marcada para 02 de outubro e a segunda, caso seja necessária, para 30 de outubro.
Às presidenciais brasileiras concorrem onze candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
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