De acordo com o resultado das últimas sondagens publicadas, em 9 de setembro (a publicação de sondagens só é permitida até duas semanas antes das eleições), o partido de extrema-direita, 'Fratelli d'Italia' ou Irmãos de Itália soma 24 a 25 por cento das intenções de voto, à frente do Partido Democrático, de centro esquerda, que deverá conquistar entre 21 e 22% dos votos.
Nos lugares seguintes deverão ficar o antissistema Movimento 5 Estrelas (13 a 15%) e os partidos de direita e extrema-direita Liga (12%) e Força Itália (8%).
O novo Governo, que irá substituir a coligação liderada pelo primeiro-ministro cessante Mário Draghi, deverá ser constituído por uma coligação de direita e extrema-direita, com 45% a 55% dos assentos parlamentares.
Caso o cenário se confirme no domingo, o cargo de primeira-ministra será ocupado por Giorgia Meloni, uma admiradora confessa de Benito Mussolini, que deverá assumir a liderança do Governo exatamente 100 anos depois da chamada marcha sobre Roma, uma grande manifestação fascista que aconteceu em 28 de outubro de 1922 na capital da Itália e que representou a ascensão ao poder do Partido Nacional Fascista pela nomeação de Benito Mussolini como chefe de Governo.
Com ela, e a chefiar os dois outros partidos da coligação de direita, estarão Sílvio Berlusconi, do partido conservador Força Itália e Matteo Salvini, da Liga, partido conhecido pela sua política dura contra os navios humanitários que resgatam migrantes no Mediterrâneo.
A campanha eleitoral foi dominada por temas como a inflação e os custos da energia, mas decorreu durante o verão, com muitos italianos de férias, e só incluiu um debate na televisão: entre Giorgia Meloni e Enrico Letta, do Partido Democrático, que ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2013 e 2014.
Durante a campanha, a coligação de direita defendeu o combate à 'islamização' da Europa, a favor dos "italianos em primeiro lugar", apoiou as sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, e propôs uma 'flat tax', ou seja, uma escala única de impostos para todas as pessoas, independentemente dos salários.
As eleições de hoje foram marcadas depois de o Movimento 5 Estrelas ter decidido abandonar a coligação governamental e o primeiro-ministro, Mário Draghi, ter acabado por renunciar, em julho passado, fazendo cair o Governo, dois anos após a sua constituição.
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