As autoridades iranianas forneceram até ao momento um balanço de 41 mortos, incluindo manifestantes e forças da ordem. Referiram-se ainda à detenção de 1.200 manifestantes.
Os protestos foram desencadeados em 16 de setembro após a morte no hospital de Masha Amini, 22 anos, detida três dias antes por não respeitar o estrito código sobre o uso do véu para as mulheres na República Islâmica do Irão.
Os protestos são aos mais importantes desde os desencadeados em novembro de 2019, provocados pelo aumento dos preços dos combustíveis no Irão, e severamente reprimidos (230 mortos segundo o balanço oficial, mais de 200 segundo a Amnistia Internacional).
Segundo a IHR, uma organização não-governamental (ONG), "pelo menos 76 pessoas foram mortas nas manifestações", incluindo "seis mulheres e quatro crianças", nas 14 províncias do país.
A ONG garantiu que obteve "vídeos e certificados de óbito confirmando disparos de balas reais sobre os manifestantes".
Desde a morte de Masha Amini que milhares de iranianos têm descido às ruas diariamente, muitas vezes confrontados com as forças policiais com viseiras e bastões, e que tentam impedir os protestos.
O Comité para a Proteção dos Jornalistas já referiu a cerca de 1.200 detenções pelas autoridades e hoje indicou que 120 jornalistas iranianos foram presos desde 16 de setembro.
No sábado, o Presidente conservador Ebrahim Raissi apelou às forças da ordem para agirem com firmeza contra os manifestantes, enquanto o responsável do poder judicial, Gholamhossein Mohseni Ejei, excluiu qualquer indulgência face aos "desordeiros".
No entanto, Hossein Noori Hamedani, um importante líder religioso conservador e ardente defensor do guia Ali Khamenei, o 'grande ayatollah', apelou às autoridades para "escutarem os pedidos do povo e resolver os seus problemas".
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