Tiros e detonações junto à sede do poder da junta militar no Burkina Faso

A população da capital do Burkina Faso acordou esta madrugada com tiros e detonações no perímetro da presidência e do quartel-general da junta militar que tomou o poder no Burkina Faso em janeiro, onde as estradas foram fechadas.

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Lusa
30/09/2022 10:46 ‧ 30/09/2022 por Lusa

Mundo

Burkina Faso

O tiroteio e detonações começaram pelas 04:30 (local e TMG, 05:00 em Lisboa) e agora as estradas em torno do centro do poder no país "estão bloqueadas por veículos militares", de acordo com um residente de Ouagadougou, que vive perto da presidência, em declarações à agência France-Presse.

Várias estradas na capital do Burkina Faso foram bloqueadas hoje de manhã por soldados ali estacionados, observaram igualmente jornalistas da AFP.

Os soldados estão estacionados no cruzamento principal da cidade, particularmente no distrito de Ouaga 2000 onde se encontram a presidência e o campo militar da junta no poder, mas também em frente às instalações da televisão nacional, cujo sinal foi cortado esta manhã.

O Burkina Faso é governado por uma junta militar que tomou o poder através de um golpe de Estado em finais de janeiro deste ano.

O tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, o homem forte da junta, fez da segurança a prioridade do seu Governo, num país atormentado por ataques extremistas islâmicos durante anos, mas a situação não melhorou.

Damiba, que na semana passada viajou para Nova Iorque, onde se dirigiu à Assembleia-Geral das Nações Unidas na qualidade de líder do golpe de Estado do país, deslocou-se esta quinta-feira ao norte do país, a Djibo, onde fez um discurso, mais uma vez relacionado com a segurança, na sequência de acontecimentos recentes.

Esta semana, um comboio que deveria abastecer a cidade do norte de Djibo com alimentos foi atacado por elementos pertencentes a grupos extremistas, ação que resultou na morte de 11 soldados, 28 pessoas feridas e 50 civis desaparecidos, de acordo com o último relatório oficial.

Desde 2015, estes ataques recorrentes mataram milhares e deslocaram cerca de dois milhões de pessoas.

Leia Também: ONU pede que autores de "ataque hediondo" no Burkina Faso sejam julgados

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