Ministra alemã da Defesa fez visita surpresa à Ucrânia

A ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, fez este sábado uma visita surpresa à Ucrânia, a primeira desde o início da invasão russa, num momento em que Kiev exige insistentemente que Berlim entregue tanques de combate.

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Lusa
02/10/2022 06:33 ‧ 02/10/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Lambrecht viajou para a cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, disse o Ministério da Defesa da Alemanha, em comunicado, e reuniu-se como o seu homólogo ucraniano, Oleksiï Reznikov.

Os líderes ucranianos pedem há semanas ao governo alemão que permita a entrega de tanques modernos de combate, que possam fazer a diferença na luta contra as tropas russas.

Nenhum país da NATO forneceu até agora tanques de guerra ocidentais a Kiev, que recebe equipamentos projetados pelos soviéticos. O chanceler alemão Olaf Scholz diz que não quer agir sozinho na entrega de armamento à Ucrânia e só tomará decisões de acordo com seus aliados ocidentais.

Uma posição reafirmada no sábado pela ministra da Defesa durante sua visita a Odessa, segundo declarações transmitidas pelo canal público alemão ARD.

"Não haverá uma posição isolada da Alemanha", afirmou a responsável do executivo alemão. "Sempre consultaremos os nossos parceiros sobre o que a Ucrânia precisa concretamente", acrescentou.

"No entanto, pelas impressões que tive hoje, a defesa aérea e a artilharia estão atualmente em primeiro plano", referiu Lambrecht na entrevista à ARD, sublinhando que viu "como a população é martirizada por drones".

Em termos de equipamento militar, até agora Berlim entregou principalmente sistemas de artilharia e defesa aérea.

"Levamos muito a sério as ameaças" de Vladimir Putin de usar armas nucleares, realçou Lambrecht na ARD.

A ministra aconselhou "todos a não minimizarem" a ameaça, alertando para a necessidade de ela "não nos deixar paralisados".

Antes da ministra da Defesa, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, foi duas vezes a Kiev. O chanceler Scholz fez uma visita àquele país em junho, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o então líder do governo italiano, Mario Draghi.

A visita de Lambrecht ocorreu um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporizhia e Kherson. Estas anexações foram condenadas por unanimidade pelos aliados da Ucrânia.

Antes de sua visita à Ucrânia, Lambrecht deslocou-se à vizinha Moldávia, onde prometeu fortalecer a cooperação para treino e equipamento de militares. O país, um dos mais pobres da Europa, sofre diretamente as consequências humanitárias e financeiras da guerra lançada por Moscovo contra a Ucrânia.

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