A organização com sede na Noruega disse também que além dos protestos relacionados com Amini, as forças de segurança iranianas mataram 41 pessoas na sexta-feira, em Zahedan, uma cidade da província sudeste de Sistão-Baluchistão.
"Os assassinatos de manifestantes no Irão, particularmente em Zahedan, constituem um crime contra a humanidade", disse o diretor da IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam, citado pela agência francesa AFP.
"A comunidade internacional tem o dever de investigar e impedir a prática de mais crimes pela República Islâmica" do Irão, acrescentou.
O protesto em Zahedan foi desencadeado por acusações de que um chefe de polícia na cidade portuária de Chabahar, na mesma província, violou uma rapariga de 15 anos da minoria baluchi sunita, disse a ONG.
O Sistão-Baluchistão, que faz fronteira com o Paquistão, é uma das regiões mais pobres do Irão e lar da minoria baluchi, cujos membros aderem em maior número ao Islão sunita, em vez da religião xiita que domina a República Islâmica.
A identidade das pessoas mortas foi confirmada pela ONG regional Baluch Activists Campaign (BAC), disse o IHR.
Em duas semanas de protestos no Irão, foram mortas 133 pessoas, assinalou a organização com sede em Oslo.
O Irão foi abalado por uma vaga de protestos após a morte de Masha Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, três dias após ter sido detida pela polícia moral por ter infringido o estrito código sobre o uso de vestuário feminino previsto nas leis da República islâmica, em particular o uso do véu.
A sua família disse que Amini foi espancada até à morte durante a detenção.
A polícia disse que a jovem morreu de ataque cardíaco e negou ter exercido violência, enquanto autoridades oficiais anunciaram que o incidente estava sob investigação.
Os protestos estenderam-se já a mais de 80 cidades iranianas.
Mais de 1.400 pessoas foram detidas, incluindo figuras públicas como o antigo futebolista Hossein Mahini, a cantora Mona Borzoui e o cantor-compositor Shervin Hajipour pelo seu apoio aos protestos, segundo a agência espanhola EFE.
A morte da jovem motivou também manifestações de protesto em muitos países, incluindo Portugal.
O parlamento iraniano reuniu-se hoje, numa sessão à porta fechada, para discutir a onda de protestos no país, noticiou a agência oficial Irna.
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