O oficial que foi indicado pela Rússia para vice-chefe de Kherson sugeriu, esta quinta-feira, que o ministro da Defesa do país que invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro deste ano acabasse com a vida.
Numa mensagem gravada, Kirill Stremousov, repreendeu os "generais e ministros" em Moscovo por não terem compreendido os problemas na frente de batalha.
"Muitas pessoas dizem que se fossem um ministro da Defesa que tivesse permitido que as coisas chegassem a este estado, eles podiam, como oficias, disparar sobre si", afirmou o responsável, acrescentando: "Mas sabem como a palavra 'oficial' é incompreensível para tantos".
Esta foi uma posição insultuosa por alguém que foi nomeado pelo Kremlin, e que apontou o dedo a um superior, como Sergei Shoigu, que assumiu funções em 2012.
O responsável ter-se-á referido ainda aos combatentes com elogios por defenderem a Rússia até à morte, sublinhando ainda a "incompetência dos líderes militares de Moscovo".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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