A reunião surge na sequência de um veto imposto por Moscovo numa resolução que foi a votos, no passado dia 30 de setembro, no Conselho de Segurança da ONU e que condenava os referendos organizados nas regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, no leste e sul da Ucrânia, e a sua consequente anexação pela Federação Russa.
A convocatória desta reunião partiu oficialmente da Ucrânia e da Albânia, mas conta também com o claro impulso dos Estados Unidos, que já haviam anunciado a sua intenção de apelar à Assembleia-Geral depois do veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Rússia e Reino Unido).
Na Assembleia-Geral, nenhum país tem poder de veto, mas as resoluções do órgão têm menos peso do que as do Conselho de Segurança.
A Ucrânia e os seus aliados já recorreram a este órgão em março passado para condenar a invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro, e obtiveram um apoio esmagador, de 141 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas.
Na passada quinta-feira, a Rússia pediu que a votação da resolução na Assembleia-Geral da ONU fosse secreta.
O embaixador da Rússia junto da ONU, Vasily Nebenzya, disse, numa carta de seis páginas enviada a todos os outros embaixadores da ONU e obtida pela agência Associated Press (AP), que o conselho jurídico da ONU confirmou que uma votação secreta pode ser usada "na tomada de decisões".
Aparentemente, a Rússia espera obter um maior apoio por parte de alguns dos 193 Estados-membros da Assembleia-Geral se os votos não forem públicos.
A Assembleia-Geral anunciou que esta sessão especial sobre a Ucrânia terá início hoje à tarde, quando o projeto de resolução -- que procura condenar a "tentativa de anexação ilegal" das quatro regiões ucranianas e que irá exigir que Moscovo reverta imediatamente as suas ações - será apresentado.
Diplomatas disseram esperar que os discursos dos Estados-membros continuem na terça-feira, com uma votação da resolução a decorrer, provavelmente, na quarta-feira.
As votações de resoluções neste órgão são tradicionalmente públicas.
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